Outros ventos virão,
outras trilhas, outros verões...
E quantos olhares primaveris
já perfumei espaços afora,
em quantas folhas perdi a dor
e noutras me fotossintetizei reverdecido.
Muitos sóis já fiz morrer nesta vida,
depois de muitas luas.
E renasço sempre noutro amor,
nas cores de outra aurora.
Diversos corpos
já enterrei, dentro de mim.
Habitei outras peles
em carne e osso, escorei-me.
Encostado nasci de novo, com gozo
oriundo do próprio sangue, do sal do solo
das cinzas e dos véus
das mortalhas da noite,
num outro eu, a cada morte
revigorado, sobrevivi.
Contudo, esse outro eu,
talvez seja o mesmo,
recém-saído da penumbra,
encarnado sem retoques,
afoito feito vela de acender,
esperança porvir,
veleiro em flor
a atravessar braço de mar,
achada garrafa-de-náufrago com mapa,
croqui de um bem-querer de novo amar.
Ainda sou embocadura,
sou rio a lapidar
pedras, perdas necessárias
na bateia da lida...
Assim posso ser eu,
brilho de diamante, de certo
amante do dia,
vela aberta na mente,
mar adentro...
Até dobrar o cabo
das tormentas, e consigo.
Olá, Ludugero! Belas metáforas delineiam as preciosidades da vida! Belo e inteligente poema!
ResponderExcluirAbraço, Célia.
Amartvida,
ResponderExcluirCasa da Poesia,
há 49 minutos atrás, disse:
um poema para guardar
e sempre ler,
uma renovação na alma...
abraço de muita paz!
Márcia,
ResponderExcluirda Casa da Poesia,
há 1 hora atrás, disse:
E o renascimentos constante,
os ciclos contantes de renovação
de nós mesmo hão de acontecer todos os dias... perfeito o teu poema.
Adorei, abraços.
Márcia.
Olá, poeta!
ResponderExcluirBom dia!
Muitas vezes, nos indagamos: por que recomeçar? E o que é recomeçar? Quantos de nossos dias são vividos com a esperança de que o amanhã será melhor? A vida, na sua rotina dia-noite-dia, é um eterno recomeço. Lindo poema!
Neuza Cunha Bento.
Caro João Poeta,
ResponderExcluirOs que de nós não enxergam, na rotina da vida, um recomeço, não vêem as auroras que brilham e brilharão. Para eles, a vida não é mais que uma contagem de calendário – dias, meses, anos.
Para eles, o pôr-do-sol não revela o principiar da noite que, bela, lenta e calma, oferece o charme das estrelas, a cumplicidade da lua com o encanto do céu, seduz o sono, reconstrói a esperança, suaviza a dor.
Bom dia e ótima semana!
Belíssimo poema! Adorei.
Raoni Serra
Irene Duarte,
ResponderExcluirda Casa da Poesia, disse:
Um poema que transmite bem os seus sentimentos,
com perfeição renovada. Gostei muito!
Abraços
Irene
Poeta: gosto das tuas metáforas:)!
ResponderExcluirMas tu sabes.
Abraço
Que lindo!
ResponderExcluirVentos vem...renascem amores (novos ou não)...recomeços.
Abraço.
Com a mente aberta, dobrar o cabo das tormentas é uma possibilidade. Um abraço, Yayá.
ResponderExcluirSão ciclos em que nos reciclamos, nos reinventamos e revivemos. Que venham e sacudam a poeira da estagnação!
ResponderExcluirMárcia Fernandes Vilarinho Lopes comentou a postagem no blog 'RECOMEÇO, por João Maria Ludugero' de João Maria Ludugero
ResponderExcluirMeu amigo então eu lhe direi...sois mesmo perfeito poeta e tua poesia se esparrama abraçando a emoção do leitor. Lindo! Abraços.
Beatriz Prestes comentou a postagem no blog 'RECOMEÇO, por João Maria Ludugero' de João Maria Ludugero
Mais um poema seu que chega como sopro renovador!! Fechou lindamente!! Aplausos Bea Assim posso ser eu, brilho de diamante, de certo amante do dia, vela aberta na mente, mar adentro... Até dobrar o cabo das tormentas, e consigo.