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terça-feira, 12 de maio de 2015

VARZEANIDADE SEM FIM, por João Maria Ludugero

VARZEANIDADE SEM FIM,
por João Maria Ludugero

O varzeano deve descobrir que a varzeanidade 
não é um simples sentimento, a aceitação
 de determinada interpretação das leiras 
do chão-de-dentro do agreste de Ângelo Bezerra, 
a prática de um comportamento moral, 
porém o caminho que ele próprio deve palmilhar 
pelas trilhas da terra dos Caicos,
 rincão abençoado dos papa-jerimuns, 
bendita seara de dona Carmozina, de dona Júlia Rosa, 
de dona Santina de Ocino, de Ana do Rego, 
de Maria de Franco, de Zidora Paulino, 
das Senhoras de todas as luzes, 
as parteiras Mãe Claudina e Carminha, 
das rezadeiras Dalila Maria da Conceição 
e de dona Elina de Pinga-Fogo, 
da animosidade em festança 
de Geraldo 'Bita Mulato' Anacleto de Souza, 
dos pães e tantas outras regalias da padaria 
de Seu Plácido 'Nenê Tomaz' de Lima, 
o homem dos pitéus das formosas 
e tão dignas meninas varzeanas.

Por uma atividade baseada na aspiração 
da semente agreste do coração, 
deve ser estabelecida uma união consciente 
com o campo de radiação disposto 
pela Fé no Apóstolo São Pedro, 
uma vez que a singela Várzea 
de madrinha Joaninha Mulato 
tem habite-se em nós.
Converter em ação esse entendimento 
e praticá-lo dia-após-dia, eis a realidade 
da varzeanidade vivente. 
Essa varzeanidade atuante 
é praticada poeticamente 
pelo menino João maduro Ludugero, 
poeta potiguar tão levado da breca.

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