VARZEANIDADE SEM FIM,
por João Maria Ludugero
O varzeano deve descobrir que a varzeanidade
não é um simples sentimento, a aceitação
de determinada interpretação das leiras
do chão-de-dentro do agreste de Ângelo Bezerra,
a prática de um comportamento moral,
porém o caminho que ele próprio deve palmilhar
pelas trilhas da terra dos Caicos,
rincão abençoado dos papa-jerimuns,
bendita seara de dona Carmozina, de dona Júlia Rosa,
de dona Santina de Ocino, de Ana do Rego,
de Maria de Franco, de Zidora Paulino,
das Senhoras de todas as luzes,
as parteiras Mãe Claudina e Carminha,
das rezadeiras Dalila Maria da Conceição
e de dona Elina de Pinga-Fogo,
da animosidade em festança
de Geraldo 'Bita Mulato' Anacleto de Souza,
dos pães e tantas outras regalias da padaria
de Seu Plácido 'Nenê Tomaz' de Lima,
o homem dos pitéus das formosas
e tão dignas meninas varzeanas.
Por uma atividade baseada na aspiração
da semente agreste do coração,
deve ser estabelecida uma união consciente
com o campo de radiação disposto
pela Fé no Apóstolo São Pedro,
uma vez que a singela Várzea
de madrinha Joaninha Mulato
tem habite-se em nós.
Converter em ação esse entendimento
e praticá-lo dia-após-dia, eis a realidade
da varzeanidade vivente.
Essa varzeanidade atuante
é praticada poeticamente
pelo menino João maduro Ludugero,
poeta potiguar tão levado da breca.
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