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quarta-feira, 13 de maio de 2015

VARZEANIDADE NA SEARA DAS PITOMBAS, por João Maria Ludugero.

 
 
 
 


VARZEANIDADE NA SEARA DAS PITOMBAS,
por João Maria Ludugero

Ainda me nina ao Vapor de Zuquinha,
Onde eu passo a andar, a correr dentro
E a voar alto, sem medo da cuca esbaforida,
Sem alarde ou alarido afoito me elevo ao topo da lida,
A observar que São Pedro Apóstolo está lá, de sentinela,
Sem dar as costas para a rua do Arame.

Bem apanhadas pelos Ariscos de Virgílio Pedro,
Sou o levado menino João maduro Ludugero,
Que segue astuto a ganhar o mundo,
Que se entretém a andar com Fé, 


sem medo da cuca esbaforida,
São translucidamente uma Vira de Lucila de preta.

Quilaras, Pegados, Marreiros, Caicos, astutas almas
passageiras como a natureza do agreste,
Amigos dos olhos marejados de saudades,
A transbordar além do Riacho do Mel, do Maracujá, do Umbu,
Dos Ariscos dos Quilaras, das Formas do Gado Bravo,
Dos Seixos das macambiras, da Lagoa Comprida,
Dos Gravatás, dos sítios de Zé Canindé ao Seu Tida,
Além da seara dos pintassilgos e dos bem-te-vizinhos,
Como os lajedos verde-musgados pelo tempo de outrora,
São aquilo que são pelo chão-de-dentro da Várzea de Seu Zé Borges,
Com uma precisão redondinha em cocorotes de goma e coco,
Raivas, carrapichos e deliciosos xibius afoitos na brasa da coivara,
Feitos castanhas-de-caju, além dos doces em tranças e compotas,
A servir de gosto em puxa-puxas de jacas, cocadas e arroz-doce.

E ninguém, nem mesmo a faceira menina do pitéu que as deixa,
Pretende que elas são mais do que parecem ser, arteiras, eufóricas,
Algumas bem se avistam além da rua Grande, 

a ganhar as quatro-bocas, 
mal Se envaidecem sem carecer de largar 
a Várzea das Acácias de Severino 'Silva Florêncio' Sobrinho, 
o honrado administrador da terra de madrinha Joaninha Mulato, 
amiga da benzedeira Dalila Maria da Conceição, 

rainha dos terços e Rosários da Santíssima Maria Mãe de Jesus.

São como a brisa que passa e mal toca nas flores laranjas do mulungu
E que só sabemos que passa além da casa-de-farinha do Itapacurá de Tio João Pequeno, ao sentir os bons ares dos beijus, tapiocas, grudes de coco
E goma, sem esquecer dos jerimuns caboclos, dos babaus de batata-doce,
Apesar da acidez das manipueiras das moendas e prensas de fazer polvilho, Gomas, farofas de carne-seca, charques e cebola roxa com pimenta Malagueta... porque qualquer coisa se aligeira em nós com astúcia,
Dentro das algibeiras, bornal em estripulias pelo interior do carrego
Das pitombas lá do sítio de dona Julieta Alves, inesquecível avó
da amiga Edileusa Alves da Cunha.

E eu, levado da breca, mantenho acordado o sonho e aceito tudo mais nitidamente, a assanhar até mesmo os pelos da venta...
As brisa que passa ao lusco-fusco da tarde amena
Esvoaço dentre as bolas de sabão das lavadeiras...

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