Que se armava lá no alpendre
Da minha casinha branca
Que ficava situada ali na Várzea,
Bem ali na rua das pedras
Que escorregava até o rio Joca?
Que escorregava até o rio Joca?
Tinha a mesma cor da farinha crua
De fazer escaldado de leite de cabra e beiju,
Que o guri tanto gostava de saborear
Tanto assim que, muitas vezes, até achava
Que estava degustando a lua redonda
Em forma de tapioca recheada
No coco e na manteiga-de-garrafa,
Deitado sob a brisa que balançava a rede
Resserenando ao relento,
Como se fosse adormecer no poente,
Numa tarde espreguiçadeira
Do tempo que não havia ferrolho nas portas
Que não se fechavam bem.
Não precisavam de trancas!
De fazer escaldado de leite de cabra e beiju,
Que o guri tanto gostava de saborear
Tanto assim que, muitas vezes, até achava
Que estava degustando a lua redonda
Em forma de tapioca recheada
No coco e na manteiga-de-garrafa,
Deitado sob a brisa que balançava a rede
Resserenando ao relento,
Como se fosse adormecer no poente,
Numa tarde espreguiçadeira
Do tempo que não havia ferrolho nas portas
Que não se fechavam bem.
Não precisavam de trancas!
Nem as janelas careciam de tramelas,
Pois se abriam sem esforço nem alarde,
Apenas com um simples assobio do vento.
Apenas com um simples assobio do vento.
Porque ali a gente estava seguro.
Ali a gente se completava à paisagem
E se via contente bem-se-querendo
E se via contente bem-se-querendo
Sem caçoar da sorte,
Batendo no compasso da vida,
Feito um menino travesso com poucas vestes
Mas obediente e feliz,
Assistindo a tudo, às claras,
A comer sua bacia de pipocas,
Assistindo a tudo, às claras,
A comer sua bacia de pipocas,
Sem arengar com as horas.
E para não perder aquele costume,
E para não perder aquele costume,
Para que o coração continue a bater,
Ora me brinca este moleque
Com versos sem rima,
Mesmo que seja só para não sair
do ritmo que lhe chama
Ao interior do coração,
do ritmo que lhe chama
Ao interior do coração,
Ao soar das cores vertentes
Da sua amada Várzea das Acácias,
Da sua amada Várzea das Acácias,
Num doce olhar inarredável sobre
Esse pedacinho de paraíso que existe,
Onde ele leva a alma para tomar banho
E mergulha fundo no azul
Que lhe dá firmamento
Nesse lindo voo,
Sem tirar os pés do chão nascente.
Sem tirar os pés do chão nascente.
Sua poesia tocou meu coração.
ResponderExcluirVocê falou deste pedacinho de chão com tanto carinho que me comoveu.
Linda e leve sua escrita.
Parabéns.
Um beijo,
MA ferreira
Vou seguir-te
Recordações que nos transportam para lá dos tempos
ResponderExcluirO homem aprendeu a criar cercas. Janelas com grades e portas com tramelas.
Os tempos hoje fomos nós que os construímos criando barreiras no nosso coração e separando-nos cada dia de todos os outros que procuram justiça, paz e pão.
João, ó poeta lindo, vou te confessar uma coisa: Acabei de ler teu poema... Estou molhando todo o teclado do computador, de verdade. Já chorei, emocionada, com suas palavras que me tocaram a alma. Olha que não sou fraca para chorar,mas suas letras me pegaram de um jeito, vou te contar... Como você consegue dar tanto sentido ao que escreve, acertando direto na cabeça e fazendo alvo certo o coração da gente? Amei de paixão seu poema! Lindo, lindo, lindo... Estou sem palavras a chorar. De emoção! Abraços, sou tua fã. Serei pra sempre. Falei.
ResponderExcluirTarsila Antunes Cavalcante
Artista plástica e Professora de Idiomas.
Florianópolis - SC.
Que Lugar lindo é esse?
ResponderExcluirEsse paraíso é sua terra?
Queria ir pra lá correndo, mergulhar fundo, de corpo e alma nessas águas.
Mas só de ler sua poesia, considero-me banhada, com a alma enxaguada de luz. Porque tuas letras são luzes, luzes, luzes. É isso que vejo no que escreves. És um poeta iluminado, estelar, gigante em tuas palavras benditas. Adooorei de verdade seu texto. Formidável! És único! Abraço carinhoso,
Adele Noronha Santiago.
Psicóloga
Saboriei suas palavras que me alimentaram em conhecimento. Você faz poesia como se brincasse com as palavras, adorei de verdade.
ResponderExcluirObrigado por me visitar e me seguir, já fiz o mesmo com o seu blog, estou te acompanhando.
Abraços, Ivan Rosário.
poeta, comovente, me emocionou... mesmo sem estar nesse lugar, ler suas palavras me fez de algum modo, mesmo que por instantes me transportar para um lugar assim, feito um sonho... Não tem como não chorar... Lindo. Abraço carinhoso. Su.
ResponderExcluirLer seu poema nos leva a escutar as cores do paraíso! És genial com tuas letras, és único!
ResponderExcluirDá gosto de ler o que escreves.
Tenhas um ótimo dia!
Lucas Fajardo Albuquerque
Que inveja que sinto...Eu queria escrever um poema assim! Amei seu texto, de paixão. Simplesmente um dos mais belos que já li.
ResponderExcluirAna Fidélis
Hoje acordei querendo morrer de tédio.
ResponderExcluirSem querer, abri a internet e, parece que uma força maior me levou ao teu site. Incrível. Me arrepiei todinha. Decidi viver! Teu poema foi como um bálsamo que me fez levantar, olhar pra vida, respirar, ver o sol lá fora. Viver é lindo! Teu poema me reverdeceu,me botou pra cima. Quero muito mais vezes vir aqui! LINDOOOO!!!! TE AMOOOOO!!!!!
Cristina Kelly Moura Brandão
Hummmmmm saudades do tempo de outrora que não volta mais... bom dia amigo Ludu passei para depositar um beijinho doce no teu coração, para teu dia ficar adocicado. SMACKSSSSSSSSSSSSSSSSSS
ResponderExcluirEu posso está na maior tristeza, pode o mundo tá desabando na minha cabeça, mas ao te ler, eu me acabo é de felicidade! És um ser abençoado, um poeta de mancheia!!!!
ResponderExcluirBeijaço,
Ivan Dornelles Braga
Cineasta
Tua Poesia me deixa feliz de verdade.
ResponderExcluirÉs um dos caras mais ricos que já conheci. És detentor de muita riqueza, talvez a maior delas: a interior. És um poetaço!
Adoro vir aqui pra te ler e achar a vida mais bonita. Até presto mais atenção no respirar, nas calçadas da rua, nas praças, vejo flores que antes nem prestava atenção. Por causa da tua poesia, eu tenho mudado meu modo de ver, de enxergar mais as coisas. Tenho vivido melhor e sonhado mais, acordada! Com meu carinho,
Marlowa Avelar Bigonha
Rio de Janeiro.
ESCANCARASTE-MES A ALMA!
ResponderExcluirESTAVA MESMO PRECISANDO DISSO!
OBRIGADA, POR VOCÊ EXISTIR.
QUERIA QUE SOUBESSES QUE TE ADORO!
EU E TODO MUNDO LÁ EM CASA TE LER.
ÉS DEZ! ACREDITE. SAÚDE E ALEGRIAS NO DIA DE HOJE.
ABS,
LÍGIA
Também és aprendiz de pintor:) E que bem que pintas...
ResponderExcluirOlá!! Agradecendo a visita e seguindo!!
ResponderExcluirBjs!!
Hi Joao,
ResponderExcluirthank you for signing in.
I tried to translate your comment with Google-translator.
I am sorry that I can´t read your poetry.
Todos os melhores
Janine
Bonjour, très bonne journée, Maria poète John Ludugero! Qu'elle est belle, sa littérature, de sages paroles, splendide, même chaleureuse, pour reprendre la vie du peuple et nous faire aller à prier écrire de la poésie fantastique! J'aime votre texte bien structuré, moderne, contemporain, vous êtes un grand seigneur de la chanson bien écrite. J'ai bien aimé votre poème et photographie magnifique qui combine le texte comme une beauté et un cadre digne mille délices. Quel bel endroit c'est votre plaines inondables? Puis-je demander où il est? C'est dans cette partie du Brésil? Un de ces jours, je vous jure que je leur rendre visite et de sauter à droite sur cette belle bascule à vivre. Santé et bonheur durable, aujourd'hui et éternellement.
ResponderExcluirLacombe M. Cousteau Philippe, professeur de littérature et de docteur de médecine légale en France. Au revoir! Hugs.
Simplesmente encantado com teu blogue e contigo, poeta que me lembra aquelas hemoptises cívicas dos poetas jovens de antanho, cantando as belezas de nossa terra de norte a sul.Continue pra frente!
ResponderExcluirSergio Rebouças
CASADACOGRA
Beijos, Ludugero. Poesia celestial!
ResponderExcluirVenho aqui representar o Mundo Leitor a teu convite, obrigado por nos seguir, estarei te seguindo também !! Parabéns pelo espaço.
ResponderExcluirThere you go again. Beautiful one man!
ResponderExcluirOi, João. Sempre lindo o seu canto, um pedacinho da Várzea...
ResponderExcluirAparece lá no Pote!
Pois é...
ResponderExcluirTinha tranca e tramela...
Na casa amarela, do vilarejo onde eu nasci.
Brincávamos de pic, amarelinha...
E, quando chovia, na enxurrada.
Era uma algazarra a molecada...
Cresci e as coisas mudaram tanto...
Triste, né?
Parabéns pelo seu blog!
Voltarei aqui para lê-lo mais.
Com carinho
Fátima
da Maraláxia
http://seriax.blogspot.com
Je vous remercie pour votre gentil message laissé sur mon blog. Il est dommage que le traducteur google ne puisse pas faire davantage en rendant à la poésie ses justes mots! Toutefois dans l'ensemble je suis arrivée un peu à comprendre le sens du contenu.
ResponderExcluirgros bisous.
O seu poema tem um toque especial...antes não era preciso fechar a porta ao entrar em casa. Agora...salve-se quem puder. O mundo é outro. Um abraço, Yayá.
ResponderExcluirOi Ludgero..
ResponderExcluirSempre nos encantando com suas lindas escritas!
Bjão e boa noite;)
Roberta
Oi João, sua poesia é linda!
ResponderExcluirObrigada pela visita e pelo convite.
Foi muito bom conhecer este espaço encantador.
Abraços!!!
João, este texto tem a belezura de uma pintura.
ResponderExcluirUm abraço, camarada!
è bom quando podemos desnudar nossa alma!
ResponderExcluirBoas energias,sempre!
Mari
João, aqui me sinto voar até a Várzea das Acácias, aroma, rio, carinho, simplicidade, o essencial para a felicidade.
ResponderExcluirMagnifico poema!
Um grande abraço
oa.s
Ai, que saudade, de deitar-me numa rede, na varanda de uma casa num interior. Que saudade do Biju, da farinha de tapioca, da castanha do Pará, do tacacá, do Acaí, que somente minha terra sabe me dá. Aqui em Manaus temos tanto disso, o tucumã, o bolo de macacheira, ai que gostoso, vou até fazer um. Você fez explodir em mim saudade de enxergar a minha terra querida e eu estou aqui...
ResponderExcluirParabens querido...
Beijocas
Extraordinário. A versatilidade que vc tem com as letras é muito rara. Parabéns.
ResponderExcluirE como a alma precisa desse banho de recordações da infância,tempo em que era preciso tão pouco para ser feliz...
ResponderExcluirAbraços