Sossego e delícia
Da vida varzeana...
Seis horas em ponto
Ave-Maria!
Bate o sino de São Pedro
Anunciando a hora do angelus.
O jantar está na mesa;
Na cozinha, o fogo em labaredas
Atiça a fome e a alegria chega
Em bolo preto, cuscuz, queijo de coalho,
Beiju, tapioca de coco, batata-doce,
Farofa d'água com cebola roxa,
Carne de sol assada na brasa.
O fogo na lenha do fogão é mais bonito:
Sempre gostei de acender o fogo.
Carece estar-se atento para fazer o fogo pegar
Paciência e cautela para a chama não se apagar.
É preciso colocar a acha suplementar,
As rachas, os cavacos do tamanho certo,
Os gravetos no lugar certo.
Quem acende o fogo do fogão de lenha
Tem de ser também um bom atiçador -
Lembro-me que a minha avó Dalila dependurava
Cascas de laranja secas, para acender o fogo -
É necessário abanar as cinzas, descobrir as brasas.
Que beleza é ver o bule de café,
O vapor da chaleira em ebulição,
Lenha crepitando no fogo, o cheiro bom da fumaça
E tudo tem mais sabor, mais temperança.
Café bem quentinho passado no coador de pano,
Adoçado com açúcar mascavo.
Chá de erva-cidreira ou capim-santo.
Conversa tranquila, rede na varanda,
Vizinhos sentados na calçada em comunhão,
A gente a esticar a alma na cadeira de balanço.
Entre um cochilo e outro,
Um dedo de prosa.
Sossego e delícia
Da vida varzeana...
Isso é onírico, isso é poesia.
Isto são coisas de um sonhador acordado.
Se isto me falta, não me acho,
Choro, com certeza!
Da vida varzeana...
Seis horas em ponto
Ave-Maria!
Bate o sino de São Pedro
Anunciando a hora do angelus.
O jantar está na mesa;
Na cozinha, o fogo em labaredas
Atiça a fome e a alegria chega
Em bolo preto, cuscuz, queijo de coalho,
Beiju, tapioca de coco, batata-doce,
Farofa d'água com cebola roxa,
Carne de sol assada na brasa.
O fogo na lenha do fogão é mais bonito:
Sempre gostei de acender o fogo.
Carece estar-se atento para fazer o fogo pegar
Paciência e cautela para a chama não se apagar.
É preciso colocar a acha suplementar,
As rachas, os cavacos do tamanho certo,
Os gravetos no lugar certo.
Quem acende o fogo do fogão de lenha
Tem de ser também um bom atiçador -
Lembro-me que a minha avó Dalila dependurava
Cascas de laranja secas, para acender o fogo -
É necessário abanar as cinzas, descobrir as brasas.
Que beleza é ver o bule de café,
O vapor da chaleira em ebulição,
Lenha crepitando no fogo, o cheiro bom da fumaça
E tudo tem mais sabor, mais temperança.
Café bem quentinho passado no coador de pano,
Adoçado com açúcar mascavo.
Chá de erva-cidreira ou capim-santo.
Conversa tranquila, rede na varanda,
Vizinhos sentados na calçada em comunhão,
A gente a esticar a alma na cadeira de balanço.
Entre um cochilo e outro,
Um dedo de prosa.
Sossego e delícia
Da vida varzeana...
Isso é onírico, isso é poesia.
Isto são coisas de um sonhador acordado.
Se isto me falta, não me acho,
Choro, com certeza!
Ora cá estou, como prometi.
ResponderExcluirA tua poesia é muito interessante e exemplar o teu conhecimento da língua que partilhamos.
Noto em alguns dos teus poemas influência de Manoel de Barros, esse poeta maior do teu país.
Fico leitora e certamente partilharei alguma da tua poesia no meu blog.
Abraço amigo
Concordo com Helena, um pouco de Manoel Barros, um pouco de João Guimarães Rosa, mas mesmo com essa influência aparente, tem um estilo próprio.
ResponderExcluirTem uma música da Fernanda Takai que diz: "Quanto menor a casinha, mas sincero o bom dia."
Belezas da simplicidade na vida varzeana!
Um beijo, João!
Que delicia de poesia, quase me sinto em casa, magnifico o cheiro da comida, o ambiente acolhedor e a alegria da vida varzeana.
ResponderExcluirAdorei!
Abraço amigo
oa.s
Vamos ver se este comentário fica...Isto está complicado:)
ResponderExcluirComentar-te vai tornar-se complicado...Não vou estar a espera que faças algo de mau...lol
Direi, hoje, que gosto de te ler. E que de aprendiz tens muito a ...ensinar:)
Belissimo.
ResponderExcluirEstou ai, eu e o meu chapeuzinho, seguindo o seu blogue.
Abraços
Simplesmente Simples!
ResponderExcluirAlma!
Afago!
Beleza!
Aconchego!
E só li uma heim!
Você visitou meu blog e só hoje estou vendo e vim retribuir a visita e dizer que irei devorar tuas poesias.
Gosto de quem tem magia nos dedos...magia que brota do coração, do ser simples, do observador das verdadeiras belezas da vida.
Grande abraço e certamente comentarei mais coisas ;)
Pasar a leer suas lindas letras e emocao pura de inicio ao fim.. poder tocar con os olhos os sentimentos que em suas letras deixas e melodia... parabens amigo
ResponderExcluirsaludos
otima semana
abracos
Caro amiga
ResponderExcluirPenso que o coração
aprende a amar,
tudo aquilo que o pensamento
guardou com ternura,
nas páginas do coração.
Que as estrelas
sempre brilhem em teu olhar.
A vida varzeana pode até possuir uma viscosidade disforme, plenos espaços de rarefação.
ResponderExcluirMas são nestes solos que os corações sempre andam em festa, vida plena em comunhão...
Obrigado pela passada no blogger, já estou te seguindo tbm
Olá, obrigado pela visita no Intervalo.
ResponderExcluirEstou te seguindo aqui..Tua poesia me deu um sossego muito bom..Parabéns pelo talento..
Abraço!
Obrigado amigos, adorei suas presenças a iluminar meu espaço! Voltem e fiquem à vontade, a casa é toda nossa! Abraços, João.
ResponderExcluirTudo em tão pouco, maravilha na simplicidade..saudade batendo a porta de um tempo que ficou na lembrança. Hoje minha vó trocou a lenha pelo gás, tem tanta luz na varanda, vaga-lumes nem vejo mais...tem TV, não tem prosa, cabô a paz, se foi a roça..
ResponderExcluirsaudade que essa poesia lindamente malvada fez brotar no meu coração mineiro....
bjokas poetadas amigo cantador...
mta linda!
ResponderExcluirPoeta do fogo, das linhas benditas em linhas a crepitar na alma da gente... És simplesmente grande!!!! Amei teu blog. DEMAIS! Sou tua fã e o serei sempre. Minha alma está agradecida, meu corpo jubilando em tantas graças emanadas da tua POESIA!
ResponderExcluirGrande abraço,
Lídia Torquato Gertrudes
Dramaturga
POETAÇO. POEMÃO. ETA POESIA, MUNDÃO!
ResponderExcluirQUE DELÍCIA TEUS TEXTOS SAÍDOS DA FORNALHA DO CORAÇÃO... AMOT-TE!
BOM DIA, VIDA!
NEUZA BECCARA
Simplesmente um poema divino. Amei de paixão.
ResponderExcluirvoltarei para te apreciar com mais demora.
beijos,
LIANA DE CASTRO NORMANDO
CURITIBA
fiquei arrepiado. me senti ai neste lugar, vivendo todos estas coisas.
ResponderExcluirMaravilhosa escrita!
Sempre demoro,mas nunca fàlho :)
ResponderExcluirUm blog bastante interessante,adorei.
Da proxima vez prometo trazer a gravata ;)
Abraço
Que maravilha Ludugero!
ResponderExcluirUm poema que nos dá água na boca!
Você escreve de uma forma muito clara e leve de se ler. Falando de tanta comida gostosa então.
Grande abraço amigo.
Olá. Tudo blz? Estive por aqui. Muito legal e interessante. Apareça por la. Abraços.
ResponderExcluir