E lá vai o cabra da peste
De olhos vendados.
O corpo semitonto, ariado.
Na cabeça do menino sonhos,
E uma vontade avassaladora
De acertar o pote,
De quebrar a matéria
Só pra ver o que tem dentro dele
Quiçá ir ao encontro
Do sonhado tesouro agreste
Ou simplesmente se achar
O mais rico dos homens,
Dono de preciosa botija.
De repente: um estouro.
Cacos pra todos os lados,
Fragmentos por toda parte
E de outra banda
Ainda resta esperança,
A tão esperada sentença
Das horas corridas
De se quebrar a cabaça,
Conduzido que seja
Debaixo de vara
Até rachar a fantasia
Abrindo as comportas,
Ao se achar na poesia
Em meio a coloridos papéis
De bala
Que o tempo incansável
Espalha do obscuro a dedo
Pelo vão do destino afora.
Tudo isso acontece, de súbito,
Ao ser quebrado o pote
De ouro de tal sorte, sem medo
Que faz acreditar o menino
Poder ir mais longe do que vê,
Não só até aquele chão do poste.
Tomara risonho possa ir além
do sonho imbatível!
Que aposte na escolha
De chegar lá, ciente
De que escolher
É não abrir mão
Do impossível sonho.
Afinal, quem foi que disse
Que há sono tão pesado
Que a gente não possa despertar,
Que a gente não possa acordá-lo
Só pra sonhar de novo?
Logo, de bom alvitre, por que não tentar
Abrir o olho, intuir a meta, o objetivo
Errando ou não a mira, não desesperar,
Meter a vara, na tentativa de quebar o pote,
Arrebentá-lo, mas sem deixar que a fantasia acabe!
Arrebentá-lo, mas sem deixar que a fantasia acabe!
É de tal simplicidade e de tal fantasia, de tal sonho de menino agreste, que a gente fica assim: se deixando levar pela imagem, não como se estivesse lendo, mas como se estivesse lá.
ResponderExcluirAmigo:É com muito gosto que vou seguir o teu blog, Adorei ler esta tua poesia um pouco longa mas muito boa, eu sou uma pessoa que vou escrevendo umas charadas como eu chamo mas não me considero nenhum poeta.
ResponderExcluirUm abraço
Santa Cruz
PEFEITO! Sem palavras!
ResponderExcluirAdam Well Salles
Pefeito! Londo demais, faz a gente viajar, ao ler e ir junto! Que dom, que beleza seu jeito de escrever e nos encantar, que não nos cansa!
ResponderExcluirAbraços,
Joé Romualdo Germano
No mínimo, o máximo!
ResponderExcluirQue belo, me senti assim maravilhado!
Muito bom, demais!
Pedro Nilton Furlan
Vitória
KKKK Me senti criança, já briquei muito disso *-* Parabéns
ResponderExcluirRealmente, voltei à infância nas festinhas da quermesse lá de Curvelo-MG. Era muito bom viver esses momentos lúdicos. Era pura magia, formidável alegria que a gente guarda pra sempre! Nossa, poeta, você é mesmo o cara!!!Muito bom seu poema. Me emocionou bastante, pois meu velho pai é que cuidava de organizar as brincadeiras, os folguedos da festa. Valeu!
ResponderExcluirCarlos Martins Vilanova
Reviver esses momentos é muito gratificante. Recordar só faz um grande bem ao espírito. Estou com meu coração em festa. Gostei de vir aqui. Vou correndo voltar de novo... Obrigado por escrever um texto assim, tão simplesmente de pura magia. Até mais!
ResponderExcluirThiago M.de Alcântara Nepomuceno
FANTÁSTICO!
ResponderExcluirÉ TUDO! VALE
A PENA LER E RELER.
BJS.
NILCE SANTANA
Qué bello tu blog! :)
ResponderExcluirexplanação perfeita! Mais que figuras,
ResponderExcluirgravuras de alma! Caricatura do espirito,
sentir delicioso ♥
Bjsss migo querido, Lud ♥
Sonhos de menino que poderiam ser de todos nós. A fantasia não tem limites.
ResponderExcluirQue nossas fantasias prevaleçam.
ResponderExcluirQue os sonhos se mantenham acordados.
E que guardemos na cabeça e no coração a utopia destes potes. Assim poderemos dormir e acordar fazendo valer a vida! Grande abraço poeta lindo de viver! Eu te adoro! bjs. Lena de Páudua - Rio de Janeiro.
O que seria de nós se não existissem estes potes mágicos? Lindo poema! Amei de paixão.
ResponderExcluirFortíssimo abraço. Lili Venturini Biscaya
Esplêndido. Belíssimo. Sem palavras para te dizer como é lindo seu poema, como me fez bem!
ResponderExcluirMega beijo,
Suzana Maria Boaventura.
Belo Horizonte-MG.
Ai, ai, ai...Como eu adoraria ganhar um pote destes cheio de alegrias e, dentro dele, um poeta assim, feito você, lindo de viver e ainda escreve. Me segura, papai do céu! J. Ludegero você é gigante! Adorei conhecer seu site. Vou poder te dizer bom dia, todos os dias, viu? Beijaço. Já sou sua fã de carteirinha.
ResponderExcluirMaria Luíza Oliveira Senna,
Jornalista - Foz do Iguaçu/PR.
Poxa... brinquei tanto disso no tempo de escola, morrendo de medo de quebrar o pote, e ao mesmo tempo louca para quebrar... rsrs. Foi maravilhoso relembrar... e junto com suas palavras então... MARAVILHOSO DEMAIS!!! Parabéns João!
ResponderExcluirApareça no palavras que abraçam... rsrs... tenha uma ótima tarde.