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segunda-feira, 7 de junho de 2010

VALEU O BOI!



autor: João Ludugero

passeando pela tarde
não me canso de olhar
de ver minha Várzea,
de pisar nos juncos e fedegosos
de sentir o cheiro da terra
de ver o gado a pastar
lá nas margens do Calango

chamei o amor a passear
de pronto ele foi,
segurou minha mão
lançou um olhar assim
e fez-me cara de boi,
boi de vaquejada

ê, boi!
prefiro te ver à solta
além dos jequis

além das cancelas
eu bem que te vi, de fato
mas fingiste que não eras tu
lá no abatedouro municipal
quem mandou seres assim
tão modesto, tão apetitoso
acebolado, na chapa
ou no churrasquinho de gato

a vida tem dessas coisas,
a vida tem dessas cores
um dia todos se vão,
até Seu Beja Anacleto
já foi morar na outra banda
por isso, tenha medo não
um dia tudo se esvai
e o que fica da vida,
o que pende da razão,
é a vida que a gente leva

se a hora é de curtir, de bumbar

pra que chorar o derramado leite
não vamos encurtar a festa,
vamos curtir o que resta,
de camarote te digo
que bom que me ouves atento
logo, logo vêm as moscas
a nos fazer cócegas ...

nem aí, você moscou,
abanou o rabo contente
e depois livre dançou,
lembrei-me do boi-de-reis
a la mateus Joca Chico!

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