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sábado, 31 de janeiro de 2015

VÁRZEA-RN: MEU BONITO INTERIOR DO AGRESTE POTIGUAR, por João Maria Ludugero







 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 VÁRZEA-RN: 
MEU BONITO INTERIOR 
DO AGRESTE POTIGUAR,
por João Maria Ludugero

Deixe que o vento leve 
o que não tem mais lugar 
a andar aos solavancos, 
a correr dentro, a voar alto, 
a assanhar até mesmo os pelos da venta...
Deixa pra lá do jasmim-manga: 
mágoas, angústias, receios, rancores. 
Deixe que a ventania lhe despenteie a cabeleira, 
desarrume a rotina, esbugalhe a mesmice, 
desafie até mesmo a cuca esbaforida ao estio.
Deixe as sandálias do lado de fora dos Seixos 
ou dos Ariscos de Virgílio Pedro, 
traga novos caminhos para dentro de si. 
Replante manivas, colha pitombas, jatobás, 
gravatás, tamarindos, mangas, jabuticabas, 
cajás, cajus, jacas, pitangas, 
sementes de dias melhores, 
colha seus frutos, ignore os espinhos 
e afaste até as ervas-daninhas 
do interior do seu coração.
Pape os jerimuns, chupe as melancias e os canapus, 
abra a porta para o rumor que se aproxima 
e dispare a sentir que é a felicidade 
quem está chamando além das cancelas dispostas 
pelo agreste da Várzea das Acácias 
de Madrinha Joaninha Mulato, 
seara de São Pedro Apóstolo Padroeiro!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

VARZEAMAR-SE, por João Maria Ludugero


VARZEAMAR-SE, por João Maria Ludugero

Varzeamar-se permite a mágica plenitude da ávida vida
Esvaziar-se se achega preencher a correr dentro e alto...
Submeter-se permite a retidão aos enlevos da astuta lida
Evaporar-se possibilita toda a renovação de esperanças
Encorajar-se possibilita assanhar até os pelos da venta
Amparar-se tende a afastar o medo da cuca esbaforida.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

LONGA VARZEANIDADE, Autor: João Maria Ludugero.

 
 
 
 
 
LONGA VARZEANIDADE,
Autor: João Maria Ludugero

Sou assim, uma raiz fincada na Várzea
Desbravando os Ariscos, os Seixos, o Itapacurá,
Desde o Maracujá aos Umbus, das Formas aos Gravatás
Me estendendo no leito de esperanças novas,
Buscando a pura seiva do conhecimento.

Sou assim, um verdejante juazeiro ereto, cabeça erguida,
Voltada para o Vapor de Zuquinha, a correr dentro e alto,
Levando acordes de sonhos pela seara do açude do Calango
Por todo o meu ser de menino João maduro levado da breca.
Sou assim, uma folha escrita além dos manjares da lida,
Cheia de passagens que transportam um caçuá de saudades,
Em bonitas lembranças, imagens importantes a ilustrar
Toda a Várzea de Ângelo Bezerra e de Joaninha Mulato.
Sou assim, um bem-te-vizinho a amor tecer em sua astuta cantiga.
Ontem aquele botão alaranjado do mulungu em flor;
Hoje, desabrochado para a vida, tento colorir meus caminhos
Com a chama viva do pleno amor que me catapulta ao êxito.
Sou assim, sou fruto da plena varzeanidade.
Na casca a coragem, na pele o calor em sedenta euforia.
Nas veias o sangue encarnado de um ávido poeta sonhador,
Que não tem medo da cuca esbaforida sobre o estio do agreste,
Mas se preciso for, sou de assanhar até mesmo os pelos venta!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

TUDO QUANTO TANTO, por João Maria Ludugero


TUDO QUANTO TANTO,
por João Maria Ludugero

Dia-após-dia, a poesia me inspira
Na busca de bem viver, amar e ser feliz.
São versos de amor a correr dentro e alto,
Num ato que trasborda em minha alma afoita
Dando solene forma ao meu ávido corpo disposto,
Me fazendo navegar em tudo tanto em águas claras
Num solavancado ritmo suave na tarde amena que me nina,
Que toca o meu ser em astuta cantiga de menino levado da breca,
Que não arreda o pé da lida, sem medo da cuca esbaforida, mas
Se preciso for, não duvide, pois de uma coisa eu disponho astuto:
- Eu sou de meter o pé na tábua sem receio de pregos, cruzes!
- Cristo, eu consigo com Ele assanhar até mesmo os pelos da venta!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

LUDUGERÁVEL AQUARELA, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
LUDUGERÁVEL AQUARELA,

por João Maria Ludugero.

Então decidi, dia-após-dia,
Desaprender para aprender de novo.
Sem nenhum medo da cuca esbaforida,
Arranjei um modo de lixar e raspar os gris das diversas tintas
Com que me repintaram, apontei a coleção de lápis-de-cor,
Acrescentei garatujas e outros desenhos,
Dentre lusco-ofuscantes arrebóis laranjas e verde-limão
À minha mais que possante aquarela da vida alvorecida.
Desencaixotei amar-elos de ávidas emoções advindas,
Recuperei sentidos, esbugalhei tristezas ao verde-musgo,
Justo eu que sou mesmo de assanhar os pelos da venta!

VÁRZEA-RN E O SEU RIO JOCA, FONTE DE SAUDADES! Autor: João Maria Ludugero


 
 
 
 
 
 
 
 
 
VÁRZEA-RN E O SEU RIO JOCA, FONTE DE SAUDADES!
Autor: João Maria Ludugero

Que rio Joca? Eu não sei se sonhei... 

Que correntes partiram, para onde? 
Tive essa impressão de acesso porque no agreste 
mergulhava nas enchentes ao desvão 
da estação das chuvas - bóias não, câmaras-de-ar, 
mas as águas estão em mim, 

a transbordar em meus olhos de saudades.
Devemos lembrar que o dia de ontem faz parte da história, 

o futuro é um eterno enigma, 
e o hoje é um dom do Supremo Arquiteto do Universo
e por isso tem o nome de presente.