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quarta-feira, 30 de maio de 2012

PLACEBO

Altas horas dentro da noite fria, 
meus olhos secam os teus
nas fotografias amarelas que vasculho.
O silêncio vara a penumbra
e ainda sinto teu cheiro no quarto
a me furtar o sono e os sonhos, 
sem ter prazer nem prece 
que se eleve a Deus. 
Fatigado por tua procura 
minha alma busca em vão
por um lenitivo ao peito aflito. 
Leio, releio, rabisco, invento poemas:
rasgo o coração já partido 
que se desfaz num grito seco
que ecoa fora do que estava escrito, 
mas tudo isso funciona como placebo. 
Não morro mais de dores, bebo do amor, 
brindo ao amor-próprio...
a poesia me embriaga, amortece a dor 
e logo cerro os olhos num sono de chumbo!

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