Eu sou poeta! E tu, quem és?
Tu és poeta também?
Então somos da mesma laia? Mas... cautela!
Não te melindres, porque se te emudecerem...
Poderás ser transformado em batráquio.
E daí, adeus-se à lua e suas pratas,
Adeus-se ao sol e às estrelas
Adeus-se ao voar rasante
Adeus-se a festa no céu, dentro e alto,
Adeus-se às regalias do reino da poesia.
E aí vai ser chato ser só sapo na beira do rio
Daqueles que passam a vida inteira
Adaptados ao salto, anfíbios a jiboiar,
Na esperança de um beijo encantado
No intuito de virar príncipe de fato,
Coaxando sua sina. Coitado do sapo-boi!
Nem príncipe nem boi nem sapo... que saco!
Quase um nada a se achar inchado, a coaxar
Diante de um embasbacado terreno baldio!
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