Eles invadiram minha casa,
podaram árvores, cortaram flores
apagaram os muros,
cimentaram ofendículas,
eletrificaram cercas e arames,
travaram portas e tramelas,
fortificaram a cela, amordaçaram-me até à prisão.
Trancaram meus livros no arquivo morto.
Coitados. Eles pensam que me venceram,
mas esqueceram de lavar meu cérebro
e o coração, este não sofreu nenhum transplante.
E lá estava eu diante da solitária.
Trouxeram água, pão e mais nada.
Havia ali apenas um toco de lápis... e o papel do pão.
E ter um papel e um lápis já é um consolo.
Rasgaram minhas vestes, vendaram meus olhos,
algemaram meus passos, tentaram me isolar.
Havia, porém, um lápis e um papel,
além da parede caiada.
Mantive-me são na gaiola, sem desespero nem sede,
não me abateu fome nem me rendi à solidão.
Parede, papel e lápis,
eles desconhecem
o poder desses instrumentos!
Eles me dão penas, mas posso
com estes renovar as asas cortadas
e, sem titubear, voo além da cela
ao escrever meus poemas!
Toujours de bons mots...
ResponderExcluirgros bisous
REALMENTE CONCORDO COM VC LUDUGERO, E DIGO MAIS: O CONHECIMENTO TAMBÉM LIBERTA E NOS FORTALECE.
ResponderExcluirDEPOIS PASSA LÁ:
http://thebigdogtales.blogspot.com.br/2012/05/convocacao-do-lobisomem-parte-01.html
Olá Ludugero, que tudo permaneça bem contigo!
ResponderExcluirDisse o profeta, que,
Sequer a má sorte,
Sempre acompanhada da morte,
É capaz de calar o poeta!
E assim tem sido, pois o pensamento escrito liberta!
Passando por cá para admirar este outro ótimo escrito teu, bem como todos por cá, parabéns!
E grato por tuas visitas e comentários eu deixo meu desejo que você e todos ao redor tenham um viver deveras intenso de felicidade, abraços e, até mais!
Luiz Mário da Costa,
ResponderExcluirda Casa da Poesia disse:
Ludugero, desta vez não tenho palavras para teu poema, ele me embeveceu, trasnspondo-me para um estado emocional, que perdi o controle da respiração, o coração desacelerou, feito taquicardia sem limite de batidas, mas o meu poder de força de controle sobre mim, faz com que eu me mantenha vivo, vivo sou ativo, e abro bem os olhos para o que está ao meu alcance, e vejo seu poema por entre constelação de sapientes, e na falta de palavra, emiti um gesto: "um abraço" divinamente humano em ti poeta, pela tua capacidade expressiva de transformar tuas inspirações em poesias de brilho próprio. Parar por aqui se não passo dia todo em cima dos teus versos, e isso pode cansa r o leitor, eu particularmente para mim pode ser um poema do tamanho dum jornal; como os poeminis aqui da galera da casa, leio com a maior paciência, para bem interpretá-los, mas encerro meu extenso comentário citando Thomas Hobbes: "Conhecimento é poder". Bróis