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segunda-feira, 21 de maio de 2012

CONTRADANÇA!


Quanto de vida ainda terei
só pra dar chama ao êxtase? 
quanto de amor careço ter 
para desatar meus nós? 
Quanto há a ver e falar? 
Em quantas ilhas me cercarei 
disposto por todos os lados a espiar, 
a calar meus olhos contra a corrente? 
Quanto do novo esperar? 
Talvez não deva saber dos acordes 
do meu coração recauchutado, 
da força da canção que ora entoo 
nem dos passos do baile que me enleva. 
Apenas passo a vivê-los, tudo a seu tempo, 
no ensaio do que me é dado a dançar. 
E assim, rodopio, corro dentro do alto 
em transe, dou o braço a torcer, consinto-me, 
achando-me cada dia mais presente 
uma vez que a poesia me concede o ânimo. 
Há mãos estendidas, há braços, 
há o toque, o cheiro, os lábios 
à flor da pele e o grande sabor 
da contradança. 
E assim nada me prende 
nada me encabresta a sina, 
livre, leve e solto 
disparo as pendências... 
e quando me dou conta, ó céus! 
Cá estou a pendular, 
com os pés fora do chão!

2 comentários:

  1. Une belle image pour illustrer vos mots...
    gros bisous

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  2. É sempre um gosto estar aqui silenciosamente no seu
    blogue. Voltarei sempre que possa.
    Um abraço
    Irene Alves

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