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terça-feira, 29 de maio de 2012

PARALELEPÍPEDOS

Ainda não gargalhei todos os meus 
risos,
Ainda não gritei todos os meus 
uivos,
nem tranquei a última cancela 
do pranto.
Ontem lavei a calçada da igreja 
de São Pedro apóstolo 
com esmero, 
com água de cacimba do rio Joca.
Esculpo ruas de pedras, 
becos,
vãos de velhos paralelepípedos 
e amanhãs paridos dos grandes lajedos,
trago-os no peito além do eco
das quatro bocas, 
auroras vestidas de esperança 
nova.
Ainda não perdi o encanto e a prenda,
sou varzeano e não entrego 
os pontos,
ainda não abri mão do meu último 
sorriso,
mas bem sei que um dia o coração 
me leva.

2 comentários:

  1. Belíssimo poema! Destaco: ..."ainda não abri mão do meu último sorriso, mas bem sei que um dia o coração me leva..."
    Abraço, Célia.

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  2. Tant que le sourire demeure...
    De jolis mots, gros bisous.

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