Quando careço desopilar
quando me chega o cansaço,
me deixo levar pela Várzea a dentro,
retorno às velhas trilhas do Calango,
vou ao riacho do mel adoçar o espírito,
seja ao meio-dia, ao Vapor das horas,
ou à meia-noite pelas quatro bocas,
consinto-me inteiro, deixo ir ao rio Joca,
retiro-me ao aconchego do meu lugar,
ao som bonito de uma cantiga de bem-te-vi.
Logo me pego deitado numa rede
a contemplar o açude do Itapacurá
E assim vou balançando a saudade
no embalo de um aceno apenas imaginário...
Pela rua grande vejo uma cidade pacata,
um magote de meninos em algaravia
a brincar de contente, a pintar a praça
indo ao encontro das tintas da terra.
E assim os dias se arrastam mais leves,
e o que me acalma é ter esse dom de me soltar,
de me emaranhar feito maracujá em lembranças
que se enraízam no cerne da alma,
jorrando cântaros de uma paz sem igual
infinitamente preso a pequenos rituais
que só encontro quando, mesmo distante,
sinto que meus pés nunca saíram do chão
da minha Várzea das Acácias!
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