KIRO-ESSENCIAL,
por João Maria Ludugero
Depois de tantos sóis, de repente, sem alarido,
Escuto a voz da Kiro musa-menina-moça-mulher
E ouço a menina medonha de Nova Canaã dizer dentro e alto:
- O alvo da boa vida é atingir o que há pelos ares do interior,
Feito um sanhaço só, mas destemido apesar dos solavancos.
Assim vivo então uma hora com a bela Kiro
A amortecer as dores sem medo da cuca.
Vejo o mundo a correr dentro sem censura
Pelos olhos de um afoito bem-te-vizinho.
Disparo o sol a irradiar o cenário reverdecido
No lume-cerne das pétalas da bem-me-Kiro...
Alaranjo agora ao som do lusco-fusco,
Levando ávidas flores na alma astuta
Que nenhuma outra de adejar violeta
Antes experimentara sendo jasmim-manga.
Vivo, sabendo o que há atrás do pleno ânimo
Dos horizontes belos, largos, nunca estreitos,
Onde nasceu o alvo da vida em flor/essência:
A bela Kiro extrovertida, desde o verde-musgo
Da seara dessa faceira menina princesa da lua
A mergulhar em desentristecidos banhos de prata...