KIROMÉTRICA,
por João Maria Ludugero
Meus versos da hora escrevo com Kiro-amoras
Ou assim como uvas carmim nas mãos da astuta menina
E uma chuva lilás, que irrompe com um lume aos solavancos,
Reencontrando o seu real sentido num passeio de fogo púrpura.
Com os olhos sobre o chão-de-dentro passo a reluzir possante,
Transito para o outro lado da ponte com as luzes alvorecidas
E amarro-me nas tranças destemidas em avidez Kirométrica
Com as amoras presas sobre o tempo e a chuva de prata...
Brincos-de-princesa abertos em candeias,
Levante de pulsos em gotas encarnadas
Que os meus olhos cristalizam uma outra cor
- A da vida hialina na seara de Nova Canaã -
E esta manhã irrompe-me a boca com amoras
E encantamento, a correr dentro e alto...
Daí amorteço dores por entre os dentes
E as artérias que me lusco-ofuscam o repente.
E, já num átimo de segundo, me arrepio inteiro,
A assanhar até mesmo os pelos da venta...
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