PELO VÃO DA KIRO ENLUARADA,
por João Maria Ludugero
Depois de tantos sóis, a partir do coração partido,
Entretido amorteço as dores pelo chão-de-dentro.
Que bela Lua, desde desnudada e espairecida.
Mostra-se a todos, sem carecer de ser cabotina.
Que fascínio de menina exposta
Ao Sol a furtar-cores sem artifício!
Seu rastro de luz permite caminhar
E admirar à noite que me nina astuto
Em acordes de sonhos em firmamento,
A manjar as bermas sem assombração,
sem quebrar o vasto e multicolorido pote
da fantasia extravasada desde o interior,
Sem medo da cuca prateada em labirinto,
Prossegue adiante na lida sem esmorecer,
Mesmo ao cair da chuva numa cheia do céu
Além do horizonte de sua Nova Canaã...
Bonita, eterna e linda, de sentinela
Pela bendita seara dos apaixonados e,
Ainda, pelo vão dos que amam a beleza
Da natureza a correr dentro e alto,
Depois de tantos e tintos arrebóis!
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