E lá estava a geringonça 
No meio da praça 
Montada no tripé 
A objetivar o "giz" da graça! 
Como meio de expressar 
O instante preciso e transitório. 
Quanto sujeito fez pose 
Pra mostrar a cara lavada, 
Feito o cão chupando manga 
Ou o diacho a 3x4 em foco! 
Só pra refrescar a memória, 
Aahh! cenas e cenário, identidade, 
Palco do sorriso Kolinos cheio 
De dentes clareando os cinzas, 
Numa fugaz alegria a flertar a lida 
Que mesmo em preto e branco 
Reluzia aos flashes. 
Não era assim um fotógrafo 
"à la minute" desses de agora, 
Mas o lambe-lambe 
Tinha lá seu glamour 
Ensolarado de contente 
A registrar instantes a serem 
guardados pra sempre na moldura, 
Mesmo em face de não se revelar 
O interior da gente. 
E quanta criatura arrumou os bigodes, 
Abrilhantou os fios de cabelos na saliva, 
Fazendo caras e bocas ao ar livre... e clic! 
E "olha o passarinho!" à espera do primeiro 
Que bem se queria espiar 
Retratado na fotografia.

 
 
Olá poeta João Ludugero, bom dia!
ResponderExcluirOutro dia navegando na internet, me deparei com uma nota que se referia a este tipo de trabalho de forma pejorativa, irônica, chamando-o de fotógrafo lambe-lambe como algo menor, desprezível... Essa intenção era diminuir a profissão, mas a tal observação só faz engrandecer este ofício. Esquece-se como foi importante para a história e a cultura do Brasil o trabalho dos lambe-lambes, numa epóca em que ninguém sonhava com equipamentos sofisticados e câmaras digitais. Belíssimo poema a homenagear essa gente! Parabéns!
Oi, João! Retratou com muita propriedade imagens do passado que hoje são descartadas! Era um evento tirar-se foto! Belo poema "pensante"...
ResponderExcluir[] Célia.
Olá poeta - Com humor e bom gosto descreves uma realidade que já foi!
ResponderExcluirComo só tu sabes:)
Abraço amigo
Maia uma vez, novamente e de novo aqui venho kkkkk e desta vez para te convidar para o reabertura do Ostra que ocorrerá amanhã, será que vai me dá o prazer poeta Ludu? Beijos no coração.
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