VÁRZEA-RN: MEU AMADO CHÃO-DE-DENTRO,
por João Maria Ludugero
E asssim se alaranja as flores do mulungu
Dentro e alto da tarde amena que me nina
Nessa aquarela bruta
Que cobra à Varzea das Acácias as suas
Esperanças renovadas.
Crescem as beldroegas na manhã da vargem,
Vertente no escoadouro do paredão do açude do Calango.
O verdejante juazeiro se enrama na galhada que emana
Acolhimento a um bando de anuns, dentre brancos e pretos,
A proteger também os ninhos dos galos-de-campina
E dos bem-te-vizinhos em seus amarelos tons.
Desde a manhã o espaço se abre ao sol e ao vento
que tece nuvens esfiapadas em bichos bem apanhados
a esbanjar garatujas desde o interior que me completa
a contemplar a possante seara de Ângelo Bezerra...
Deus distribui ao desvão do rio Joca
Os seus redemoinhos pelo Vapor de Zuquinha.
Amortecedores em bons ares,
Aromas, cores, amores...
O Supremo Arquiteto do Universo
Também me faz a almejar além
Da flor do jasmim-manga que fica
Nesse acorde de sonhos destemidos
Desde o animado tô-fraco das galinhas d'Angola,
A correr dentro e alto esvoaçar pelos arredores
Da singela Várzea de madrinha Joaninha Mulato...