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domingo, 19 de outubro de 2014

CANTIGA DA VÁRZEA DE MÃE CLAUDINA, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

CANTIGA DA VÁRZEA DE MÃE CLAUDINA,

Autor: João Maria Ludugero.

Lá vem o João Ludugero maduro menino,
Lá vem o poeta arteiro da vida em cantiga,
Lá vem o moleque levado da breca a cirandar o destino.
Multicoloridas onze-horas aos solavancos e os destemidos
Tô-fracos das galinhas-d'angola a reflorescer o jasmim-manga;
Mulugus em flor na tarde amena que se lusco-ofusca em laranja
Até se achegarem às damas-da-noite fazendo a cidade toda girar.

Lá vai o astuto colibri sem destino,
Pro dia novo encontrar sem desânimo,
Correndo vai pela terra em desates nunca estanques
Vai pela seara sem medo da cuca
A assanhar até os pelos da venta de Nana, Nena, Nina, Nuca
E até das Marias de Franco, Marica, Maroca, Nanuca...

Vai pelo Riacho do Mel a água adoçar
Cantando pelos caminhos do Maracujá aos Umbus,
Correndo entre as leiras do Vapor de Zuquinha Ribeiro
Aos Ariscos de Virgílio Pedro de dona Eugênia 'Bena Bento',
Sem esquecer da verdejante algarobeira da praça do Encontro
De frente ao tempo do Recanto do Luar de Raimundo Bento,
A se assanhar feito sanhaço só em bons ares varzeanos
Pelo verde-musgo do limo dos lajedos dos Seixos...

No Itapacurá se esbanjar em pitombas
Colher cajus, mangas, canas-caianas e cajás;
Lá vai o menino com o jegue aos caçuás carregados,
Lá vai a vida a rodar pela seara de Tio João Pequeno,
Lá vai ciranda em destino a elevar o medonho menino
Pro dia novo encontrar dentre as macaxeiras do Retiro,
Correndo vai pelas Formas com os olhos d'água marejados
De saudades da sua Várzea das Acácias de Silva Florêncio!

Depois de tantos sóis,
Depois de tantas luas,
Vai pela Várzea de São Pedro Apóstolo,
Vai por entre as duas palmeiras imperiais
Cantando pelo agreste verde do Sehor Oliveira Jorge de Alexandria,
Correndo entre as patativas, sabiás, pintassilgos, canários-de-chão, 

Galos-de-campina e a assombração da lenda da mulher que chora(va)

A perambular pelas quatro-bocas da Várzea da inesquecíveis Senhoras
Da Luz, as parteiras Mãe Claudina e Carminha, e da terna Madrinha Joaninha Mulato, mãe de Neve dos coloridos fuxicos
E da querida e estimada professora Dezilda Anacleto.



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