preserVARZEAção,
por João Maria Ludugero
O laranja lusco-fusca a tarde amena que me nina.
O cheiro da terra adentra o coração partido
Do astuto colibri em advindas constipações,
Ao adejar de almas em flor que fica...
Verde-musgo é o limo dos vertentes lajedos das Lagoas Compridas
A acolher o ninho das patativas, dos curiós, dos galos-de-campina,
Dos encantantes e bonitos bem-te-vizinhos, pintassilgos, sebites
E do canário-do-chão, com a chegada do Sol no agreste verde.
A flor de mulungu é uma outra narina laranja de abelha-rainha.
Refúgio em alcunha de qualquer canteiro do Vapor de Zuquinha,
Enquanto o Itapacurá de tio João Pequeno
É biolabirinto de inquietas temperanças tantas em casas-de-farinha
A alcançar até os ariscos da Várzea das Acácias de Severino 'Silva Florêncio' Sobrinho.
A dona Santina exagerava em amizades, dentre farofas, beijus, tapiocas, castanhas assadas,
Brotes de araruta, puxa-puxas, mandiocas fritas, babaus de batata-doce e quebra-queixos
Numa singela roda-de-conversa no alpendre de sua casa caiada nos Seixos,
Onde continuava a revolver a preciosa merda do curral
Na profícua adubação das leiras próximas ao jasmim-manga.
A faiscante bunda do pirilampo é a lanterna da poesia.
O sabiá descrente assanha as penas do sanhaço só
E esvoaça em modos de precaução o anum a catar
carrapatos nos lombos dos garrotes e do gado bravo...
A macaxeira tuberculiza o chão-de-dentro da estação.
Os bons ares da Várzea rejuvenescem a varzeanidade.
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