DIA-APÓS-DIA, AMANTES DA POESIA
por João Maria Ludugero
Haja vista não seres um sanhaço só
Ou um pássaro amante em eufórica cantiga,
Quiçá um pintassilgo ou bem-te-vizinho,
Mesmo assim dá pra manjar que tu tens asas
Sem que vás cortando lumes que não esbanjas
Dentre as onze-horas multicoloridas ao Sol...
Flor engirassolarada partindo ao lilás da tarde laranja
Sem que desanimes ao lusco-ofuscante crepúsculo
Pela brisa que amena me nina a correr dentro e alto
Com essa luz que levas nas mãos o jasmim-manga
Que outros seres em destemidos tô-fracos viverão,
E sendo assim adejada pelo afoito colibri astuto
Bem soube que crescia dentre gostosos néctares
Como a alma de flor encarnada na compostura
Sem que sejas, enfim, exaurida ao banho de lua
Sem que se atentes buscar, incitante e alada,
Em conhecer a vida além das quatro bocas
Em rajadas destemidas em cores e essências,
A assanhar até mesmo os pelos da venta...
E desde então, vislumbro que és Kiro-menina-poeta-andaluz
E desde então tens as asas libertas, sem fojos ou algemas,
Sou e somos singelos, possantes e dourados seres
E por amortecer as dores da bendita seara da lida
Serei... Serás...Seremos, sem sombra de dúvidas,
Pra sempre imortalizados eternos amantes da vida!
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