Teus lábios se abrem feito romã,
Teu gosto é de madura romã...
No céu da tua boca escorrem néctares
suprassumo advindo de tua língua
que adivinha desejos insaciáveis
que me adstringe a fala,
que me cura as dores
que me faz respirar fundo
ouvindo teus olhos me secarem
tirando-me do abandono das sombras,
amanhecendo novamente o peito
entretido em ares de rosmaninho
unindo corpos indomáveis,
trilhando outros sais e suores
achados em amores de perdição,
rasgado pecado com toda gula
só pra inteirar o coração...
E rasgamos a fruta encarnada
para repartir seus rubis.
E que, ao cuspir pelo jardim
sementes férteis, ávidas e afoitas,
ressurja de nossas bocas inquietas
um pomar de romãs e volúpia.
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