Queria ser aquele pássaro azul
que ao cantar seu mavioso encanto
chama a chuva, ainda que inconstante e breve.
Queria abrir as cortinas das nuvens
fazer a chuva cair cheia do céu...
Queria ser um farfalhar de relampejos
a alumiar o chão da minha Várzea.
Entrar, invadir as casas, trazer a chuva
para molhar os campos do Vapor,
molhar os seixos, os lajedos
e as macambiras em flor.
Ah, coração varzeano,
bem sei de onde vens,
bem sei por onde andaste. E como sei...
Vens das bandas dos verdes ariscos,
dos sítios aromáticos do Itapacurá,
onde as mangueiras florescem,
onde há pitombas, cajueiros e mangabas.
Vens da ribanceiras
lá da beira do Joca,
rio de água salobra,
onde os coqueiros se aprumam
e se curvam aos beijos do vento
e onde, em noites de lua cheia,
longe e perto, passeia o carro encantado
rondando pelas ruas por onde perambula
a mulher que chora: lenda viva,
espírito do ar noturno da Várzea de ontem.
Ah, como eu quero ser essa chuva bendita
que invade as ruas, becos
e telhados das casas caiadas
da minha Várzea das Acácias!
quero encher o Calango, escorrer pela vargem,
sangrando em esperanças novas,
a molhar o agreste chão.
Muito me agrada andar em tua companhia,
porque eu te quero muito bem,
doce chuva de São Pedro,
que inunda meu peito,
me deixa todo contente
e assim tão agradecido, satisfeito
a contemplá-la escorrendo pelo céu aberto.
Olá, tudo lindo por aqui, seu texto é demais!
ResponderExcluirBjs da Gena
Gros bisous à vous et merci pour vos jolis mots.
ResponderExcluirAh! Que saudade das brincadeiras na chuva!
ResponderExcluirNatureza pura e acolhedora!
Abraço, Célia.
Tempos infantis e gostosos de se lembrar. Amigo gostei do teu texto.
ResponderExcluirAbraços.
Marcos