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segunda-feira, 4 de junho de 2012

MANUALMENTE

Há dias em que já acordo assim afagado,
com meu corpo tomado dos pés à cabeça 
por mãos que me apalpam de passagem 
num gozo extremo de alma sedenta: 
são tantas mãos nunca santas, e como 
que afoitas me inflamam ao tato, de fato, 
que me tocam a lida, em bulas e cores, 
que apressam compressas com vigor, 
que arredam ziquiziras, banzos e tédios, 
que me esfregam sem pena na pele um paliativo, 
que me ungem, benzem quebrantos, mandingas 
que me curam das dores e de outras mazelas 
que se encostam na vida, de repente. 
E assim vão amassando a impermanência, 
antes mesmo que a louca decida levar seus anéis, 
lavar as mãos e transitar em julgado 
sua última sentença! 

Um comentário:

  1. Le travail des mains peut retirer certaines douleurs...
    Gros bisous à vous.

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