Há dias em que já acordo assim afagado,
com meu corpo tomado dos pés à cabeça
por mãos que me apalpam de passagem
num gozo extremo de alma sedenta:
são tantas mãos nunca santas, e como
que afoitas me inflamam ao tato, de fato,
que me tocam a lida, em bulas e cores,
que apressam compressas com vigor,
que arredam ziquiziras, banzos e tédios,
que me esfregam sem pena na pele um paliativo,
que me ungem, benzem quebrantos, mandingas
que me curam das dores e de outras mazelas
que se encostam na vida, de repente.
E assim vão amassando a impermanência,
antes mesmo que a louca decida levar seus anéis,
lavar as mãos e transitar em julgado
sua última sentença!
Le travail des mains peut retirer certaines douleurs...
ResponderExcluirGros bisous à vous.