Eu também gosto de me ver em flor,
apesar do meu jeito carrancudo,
as aparências enganam, de sorte,
sou senhor de minha beleza agreste,
mantenho-me de sentinela,
sisudo, firme e forte, de certo
nem com a seca eu definho.
Sou da família das cactáceas,
parente próximo do xique-xique e das palmas,
broto entre seixos, pedras e lajedos,
não sou de sombra nem de encosto,
tenho um caule suculento, altivo,
cardeiro todo bordado de duros espinhos,
mas não acho defeito em mim.
Me aceito bonito assim mesmo,
trago um verde exuberante,
meu fruto é cor de carmim.
minha flor é das mais belas
adorno até os áridos caminhos
que levem do rio Joca ao Vapor,
do riachão até o rio de Nozinho.
Meu verde traduz esperança nova,
Meu fruto vermelho, a grande paixão da lida
de uma gente que não esmorece nunca,
de um povo que tanto adora a sua terra,
sou do chão de dentro de lá
da nossa Várzea querida!
Très belle description...
ResponderExcluirGros bisous.
Gostei da imagem que traduzistes nas palavras.
ResponderExcluirUm grande bj e bom final de seman
Um lindo jogo metafórico em seu poema! Vida humana e Vida Natureza integrando-se! Belo!
ResponderExcluirAbraço, Célia.