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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

VÁRZEA: ABRINDO ESPAÇO AO TEMPO DA POESIA












VÁRZEA: ABRINDO ESPAÇO AO TEMPO DA POESIA
Autor: João Maria Ludugero

Sob os mesmos caminhos
Que nos levam ao Vapor de Zuquinha,
Sob a mesma chuva que nos acorda
E deixa a terra molhada,

Além de dar leito ao rio Joca,
Sob o mesmo Sol que nos aquece,
A mesma lua que ilumina a noite

Da nossa Várzea,
Sob o mesmo céu
Que emoldura as duas palmeiras
Seguimos contando Estrelas,
Cantamos no ritmo do silêncio
Sem medo das futuras verrugas

Sem medo das sombras
Que vestem a madrugada
Sob o olhar atento de São Pedro
Diretamente do topo da igreja azul,
Sutilmente nos sentimos na velha infância
Preenchendo-nos dos vazios de hoje,
Que nos cercam até o paredão do Calango,

Açude aceso de tantas lembranças...

E assim escrevo como quem pinta uma tela
Ao rufar solene de um coração-tambor
Num quadro de cores, cheiros e ruídos em palavras
Que não se esvaem com o passar do vento,
Mas renascem arteiras a escorrer pelas veias

Desse Menino Varzeano, poeta e sonhador. 

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