VÁRZEA: ABRINDO ESPAÇO AO TEMPO DA POESIA
Autor: João Maria Ludugero
Sob os mesmos caminhos
Que nos levam ao Vapor de Zuquinha,
Sob a mesma chuva que nos acorda
E deixa a terra molhada,
Além de dar leito ao rio Joca,
Sob o mesmo Sol que nos aquece,
A mesma lua que ilumina a noite
Da nossa Várzea,
Sob o mesmo céu
Que emoldura as duas palmeiras
Seguimos contando Estrelas,
Cantamos no ritmo do silêncio
Sem medo das futuras verrugas
Sem medo das sombras
Que vestem a madrugada
Sob o olhar atento de São Pedro
Diretamente do topo da igreja azul,
Sutilmente nos sentimos na velha infância
Preenchendo-nos dos vazios de hoje,
Que nos cercam até o paredão do Calango,
Açude aceso de tantas lembranças...
E assim escrevo como quem pinta uma tela
Ao rufar solene de um coração-tambor
Num quadro de cores, cheiros e ruídos em palavras
Que não se esvaem com o passar do vento,
Mas renascem arteiras a escorrer pelas veias
Desse Menino Varzeano, poeta e sonhador.
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