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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

TELEPATIA
















TELEPATIA
Autor: João Maria Ludugero

Varzeaninha, varzeaninha,
Flor do meu encanto,
E lá me vens com teus olhinhos
De cacimba a minar desejos,
Sem saber se me dás carinho
Ou se já te derramas em saudades
Debulhadas assim em salobras águas
Vertentes do rio Joca, sem pejo,
A formar verdes poças d'água
Paradas no leito, a fertilizar
O coqueiral ali na ribanceira
Do riacho da Cruz, efêmero rio.

Mesmo distante, léguas e léguas,
É tão bom pensar,   
Sentir, ver-te assim,
Telepatica mente,
Menina-flor varzeana,
Toda vestida de chita
Com sete laços de fita
Fazendo até a lua descer prateada 
Pra chegar perto do agreste chão
Como que a suplicar por um beijo,
Vindo bonita se banhar, inteira,
Toda assim derramada, no açude,
Toda assim refletida, linda, 
Nas águas do meu Calango!

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