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quinta-feira, 24 de julho de 2014

VÁRZEA-RN: O INTERIOR QUE ME CHAMA, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VÁRZEA-RN: O INTERIOR QUE ME CHAMA,
por João Maria Ludugero

Em saudades do chão de dentro,
Meu coração ávido se revela
Pela rua Grande a contento,
Desde as quatro bocas 
Na certeza de quem ama 
Meu coração fotografa 
A torre da igreja-matriz 
De São Pedro Apóstolo 
E prossegue astuto ao Vapor 
Pelo interior que me chama!

Um comentário:

  1. LUDUGERÁVEL POETA EM ACORDES,
    (por LINA ASSUMPÇÃO PRESTES - UnB-Brasília/DF).

    João Maria Ludugero é um poeta potiguar de fina textura. Implica dizer, um poeta que elabora poemas com cuidado, sem exageros. O poeta é contido, mas consegue descrever na leira da lida exatas palavras que levam ao poema. Alie-se isso a uma observação poética singela, mas de boa lavra e o resultado será – como é – uma obra bonita, eloquente e diga-se, sem ser cabotino, uma verdadeira sensação sem medo da cuca.

    O que chama a atenção na poesia de João Maria Ludugero é o que ela tem de íntimo em relação à vida, à seara nativa e à própria poesia, coisa sem mistérios e sem esconderijos para quem detém no olhar e no coração a paisagem nítida nem sempre observada pelos comuns. Uma observação capaz de construir pequenos retratos de palavras comoventes, eiras e beiras, na corrente da escrita, dessas de assanhar até os pelos da venta!

    João Maria Ludugero tem horror a soluções fáceis dentro do poema e da poesia. O poema implica labuta que muitas vezes angustia. Mais uma vez com razão cabe por oportuno cingir que ele intervém e pode ser visto como um poeta engenheiro que pensa e liberta o espaço a ser preenchido pela palavra poética, dentro e fora da rima. Mas que não se pense que o maduro menino João Maria Ludugero é calculista em relação à emoção do poema engendrado, matéria que parece estar proibida entre alguns insanos. Não. Estamos diante de um escritor que tem as formas de seus versos e nem tanto assim as medidas dos seus poemas, mas sem deles se distanciar, a correr dentro e alto na lida consentida. Assim sendo, sua relação com a poesia é amorosa e também emotiva.

    E, de tal sorte, cabe ressaltar que o poeta João Maria Ludugero veio para ficar e, certamente, oásis-meado no cultivo primaz de que tanto permeia, ele renova suas letras com estilo próprio, sem esmorecer nas ribanceiras do encanto de menino potiguar em acordes de sonhos que o elevam, dia-após-dia, a fincar seu encantamento no engenho poético que lhe cabe ensejar, a partir da sua Várzea das Acácias, adonde solavanca o elo que o conduz envolvido ao seu infinito particular, ao escrever no vão de sua poesia inexaurível. Ele tem o dom de abrir as cancelas da lida, renovando suas esperanças em editar sua obra-prima a partir das ávidas memórias presentes num arquivo-vivo feito relicário sem despensa, mas um nicho sagrado da Ludugerável literatura em tela. E viva o poeta João Maria Ludugero!

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