VÁRZEA-RN BEM APANHADA EM LICOR DE JENIPAPO,
por João Maria Ludugero
Leve-me à Várzea das Acácias
E traga-me lápis e papel, sem alvoroço:
O meu poema se perderá entre duas imensidões
Desde as quatro bocas até o açude do Calango
Ou revoará em busca de ficar mais perto dos bem-te-vizinhos.
Conduza-me ao Vapor de Zuquinha
E coloque onze-horas em flor ao meu lado:
irromperá um poema desentristecido,
Nada piegas, meloso ou antiquado.
Invista-me numa desbotada calça jeans,
E deixe-me pegar bem apanhado
Num singelo banho de licor de jenipapo:
Eu começo a pensar num poema sedutor,
Desses que me sujem o corpo, sem alarido:
Daí, eu todo me transformarei num poema só para ti,
Oh, singela criatura abençoada por São Pedro Apóstolo,
Diga-me de uma vez por todas aonde moras sem mistério
Nessa seara pelo interior da terra de Joaninha Mulato?
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