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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

FOGÃO À LENHA

Na cozinha de dona Dalila
a gente era a gente mesmo:
Éramos fogo, fome e alegria.
Tenho saudade do que já foi, 
das velhas cozinhas de Várzea, 
com seus fogões à lenha, 
cascas de laranja secas, 
atiradas aos caibros, 
penduradas na cumeeira, 
usadas para acender o fogo. 
Bule de café borbulhando, 
biscoitos, tapiocas 
e bolachas regalias,
lenha crepitando no fogo, 
um bom bocado de cheiros 
da fumaça e dos bolos
E um magote de inquietos 
meninos e meninas 
de  bochechas rosadas, 
satisfeitos com os grudes, 
sequilhos e brotes à mesa. 
Minha alma tem saudades 
desse tempo bom
rebuscado em cheiros, 
ruídos e temperos.

16 comentários:

  1. Charles Bianchy disse:

    Muito bom o seu blog!!
    Aprecio muito seu trabalho,
    amigo conterrâneo!!
    Um abraço!

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  2. Muito grato, Charles!
    Seja sempre bem-vindo ao meu blog.
    Que bom que gosta da minha literatura. Isso para mim é um grande estímulo a continuar escrevendo. Forte abraço e que tenhas uma ótima e proveitosa semana! Até mais! João

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  3. Olá, Ludugero... li o retrato da minha infância também! Não havia sobrepeso nesssa época, pois deleitávamos com todas essas iguarias e saíamos quintal afora correndo em uma alegria inenarrável!! Abraço da Célia.

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  4. E assim vais fotografando a vida...E eu aprendendo:)

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  5. Como disse a M., acima, tu fotografas a vida, com roteiro a olhos vistos, vívidos, profícuos!
    Tua poesia é mesmo fascinante, nos ensina a ver, nos leva a ver´, a partir das coisas simples... Tu és único! Surpreendente. Tua poesia é aconchego, é sensação de bem-querer, de viver intensamente... Que delícia te ler. PARABÉNS!
    Rubens Medina Fonseca Lins,
    Cineasta. Rio de Janeiro/RJ.

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  6. Maravilha é ter esse dom de olhar, e ver!
    Contigo venho aprendendo e muito, pois tua poesia nos leva a sentir as letras, viajar nelas. Impressionante é teu modo de enxergar o que muitos não vêem... e sentir é teu forte!
    Abraços,
    Raoni Serra.

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  7. Une belle complaisance avec cette époque...
    Gros bisous

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  8. Vivian Aline B. Sanzy24 de outubro de 2011 às 12:19

    Genial, divin, et a publié un moyen gratuit de voir la vie et les plus belles choses de la simplicité! J'ai aimé votre poème de passion du four! Très, très bon en effet!
    Cher poète Ludugero aiment venir ici, sur votre blog et laisser à l'esprit de liberté avec toute l'vos idées lumineuses de là-bas! Félicitations à vous. Vous venez d'apprécier, parce que j'aime ta littérature. bisous,
    Vivian Aline B. Sanzy

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  9. Já disse Confúcio:
    "Todos os homens se nutrem,
    mas poucos sabem distinguir os sabores".
    Tu o sabes! E como sabes, e bem!
    Parabéns!
    Ítalo Vicentini Vieira Mendes,
    Poeta Carioca.

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  10. Beatriz Prestes,
    da Casa da Poesia disse:
    Meu amigo,
    sou super fã do teu estilo poético!
    Que lindas são tuas poesias...
    cheias de vida, de histórias!
    Aplausos todos meu amigo,
    Bea

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  11. João Ludugero!
    És, além de tudo, poeta!
    Beijos,
    Ana Inês Mendes

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  12. Viajando nas suas palavras me perdi em sons, sabores e cores. Até senti saudade de uma Várzea que não conheço mas que me é muito conhecida mesmo assim.

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  13. Grande poeta, teu poetizar simplesmente é divino.
    Abraços,
    Aldo Bento Dióstenes Neves,
    Vitória - ES.

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  14. César Miguel Bertolucci, poeta25 de outubro de 2011 às 03:18

    Genuíno, verdadeiro, livre, leve e solto... Um fotógrafo que traz no olhar a lente precisa para retratar o interior, bem lá do cerne do coração.
    Tens o dom de focalizar o que há de mais puro e aconchegante num quadro sem molduras, aliás onde a linha do teu imaginário poético ultrapassa horizontes. Belo poetizar! Grande menino-poeta!
    Até logo!
    César Miguel Berolucci

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  15. Realmente, assim o é:
    "Não há poesia sem um complexo de imagens e um sentimento que o anima." (Benedetto Croce)
    E o fazes tão bem.
    Rui Guerra Nonato

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  16. Bom dia!!

    Rapaz me fez sentir saudade dos tempos da minha avó- muito bom!

    Que você tenha um ótimo dia- estou esperando por vc no Alma!

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