E lá se vai a rapariga
abandonada à própria sorte,
aguardando as coisas vindas de Deus,
limitada ao que Deus dará
pelos meios-fios da lida,
desnuda ou toda vestida de seda
a saltar alto no escuro sem guia,
encarnando deusas em batons e meias
em neons a realçar purpurinas,
ao passo que a noite lhe deita galas,
por fora, enfeite de plumas,
por dentro, a dor nua inflama.
Por que a julgas
e tanto a condenas?
Por entre verbos, falas e sapatos
desfilam-se egos de luxo, barganha,
diamantes falsos, seres de favores
que tentam expurgar suas culpas,
que usam máscaras para escapar
do foco das putas, mas programados
se orientam a seus serviços.
Depois mantém a distância
como se estivesse infectada.
E assim mais turbam o anteparo
do destino que a sorte lhes impera
jorrando mais sombras às bermas,
aos becos, viadutos e calçadas
e aonde mais se prestem
a rodar as bolsas as raparigas.
a rodar as bolsas as raparigas.
O consentimento parece assaz simples.
Assim, contudo, não se faz, a vida é dura
o sacrifício é longo, é sem mensura
o maltrato com alças de fora.
O corpo em transe se encosta nos muros,
Ampara-se entre a entrega da carne,
em nus ovários cheios de violência,
na dor que abunda que não é de ninguém,
enquanto outros não se escutam
no eco estridente das paredes
quando a dama lhes grita:
Como desistir da vida?
Como largá-la, me diga
se dela abrindo mão, vem a sorrateira
e de cara apaga a vela?
A dor é minha!
E o dó de quem? de Deus!? ora bolas!
Ou achas que Ele também não é meu?
A censura é tua. É crua a escola.
Engulas!
Mulher de vida fácil
que fácil que nada!
Nossa!! Forte, intenso e com um certo ar puro, sim, porque acima de tudo, elas sao seres humanos e mulheres, penso que criticar e facil, viver o que elas vivem, é que sao elas...Sinto pena e do, mas penso que se tivessem um pouco mais de fé, talvez nao passassem por tudo isso, as vezes, o que vem facil nos leva a alma...Bjin, adorei!!!
ResponderExcluirRealmente amigo, que vida fácil nada! Seres humanos, com sonhos, com sua fé, nada menos e nem mais que nós...Apenas seres humanos, é o que todos somos...Lindíssimo! Abraços
ResponderExcluirÉs genial. Muita além de poeta:) Gosto da tua consciência consciente:)
ResponderExcluirDEMAIS! E o digo em letras garrafais: ÉS ÚNICO! Grande poeta. Forte e bem feito poema a retratar a difícil lida das outras filhas de Deus.
ResponderExcluirBom dia!
Abraços,
EUDES VARELA BASTOS,
Escritor.
SEM PALAVRAS....nota DEZ ao seu poema!
ResponderExcluirESPLÊNDIO, FORTE, DEMAIS....PARABÉNS!
ABRÇOS,
ANTONIO LIMA SOUZA
Ludugero! Isso não é um poema. É um Hino à realidade nua e crua de homens, mulheres, crianças, seres de Deus, todos igualmente prostituídos, social ou moralmente, que usam e desfrutam e pertencem à vida, como todos nós! Parabéns!
ResponderExcluirAbraço, Célia.
Tua poesia mexe com meus pensamentos, vai além da razão, entranha-se pelo ego e diz muito da realidade, da nossa culpa, da vista grossa que fazemos a toda essa realidade social. És um sem de muita grandeza interior, estelar, único. Admirável é a tua poesia da rua. Parabéns por tudo que escreves. Sou teu fã e já te sigo, correndo, pois. Nem poderia ser diferente, como não viciar no teu blog? És muito bom com tuas letras.
ResponderExcluirAté logo!
Francisco Chagas Villeneuve de Arruda,
Rio de Janeiro - RJ.
Caro poeta João Ludgero,
ResponderExcluirJá te li e reli quinhentas vezes! de tão bom teu texto. Gostei. É forte, denso, mas da melhor escrita. Um forte abraço e um ótimo fim feriado!
Felicidades!
Raoni Serra
PREZADO POETA JOÃO LUDUGERO,
ResponderExcluirBOM DIA!
FANTÁSTICO!
AMEI DE PAIXÃO SEU POEMA.
PARABÉNS!
LUCAS FURTADO NEVES
BOM DEMAS! destaco:
ResponderExcluir"...
O corpo em transe se encosta nos muros,
Ampara-se entre a entrega da carne,
em nus ovários cheios de violência,
na dor que abunda que não é de ninguém,
enquanto outros não se escutam
no eco estridente das paredes
quando a dama lhes grita:
Como desistir da vida?
Como largá-la, me diga
se dela abrindo mão, vem a sorrateira
e de cara apaga a vela?
A dor é minha!
E o dó de quem? de Deus!? ora bolas!
Ou achas que Ele também não é meu?
A censura é tua. É crua a escola.
Engulas!
Mulher de vida fácil
que fácil que nada!"
Maravilha de poema. Sou teu fã!!!! TE ADORO.
Carla Maria Venceslau,
Professora de Literatura.
Genial!
ResponderExcluirBelo e forte,intenso, mostrando a crua realidade
da mulher de vida difícil. Muito bom seu poema!
És um grande poeta!
Abraços,
Nely Soares Bertrand
Fantástico poema!
ResponderExcluirMuito booommmm!!!!
Abraços,
Doda Hickari Mota
Cada dia escreves um melhor poema. Muito bom seu blog. Adorei tudo aqui! Bom feriado!
ResponderExcluirLourdes Cristina Senna
forte e verdadeiro.
ResponderExcluirparabéns
já nos habituaste a beleza, profundidade e densidade das tuas palavras conjugadas. Mas este bate essa excelencia e segue muito além.
ResponderExcluirparabéns :) e obrigada. :)