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domingo, 12 de dezembro de 2010

SÉRIE: VÁRZEA, 51 ANOS DE BOAS IDEIAS: A CHAMA INTERIOR

Autor: João Maria Ludugero.

O interior me chama,
Não há como não cumprir
O que manda o coração...
Não há como dizer não,
Muito menos arredar o pé,
Vou agora lá pra Várzea,
Aquele é o meu lugar!

Lá tem batidas de coco, leite de onça,
Lá tem garapa, caldo de cana-caiana,
Tem suco de umbu-cajá, doce de jaca,
Tem rapadura batida, castanha assada
Tem cocadas da branca e da preta!

Lá tem licor de jenipapo, doce de caju,
Manga espada, pitomba e jabuticaba
Tem raiva, carrapicho, peito-de-moça 
E o famoso bolo-preto de Marinam,
Tem queijo-de-coalho assado na brasa,
Tem macaxeira frita na manteiga-de-garrafa,
Tem torresmo de porco, picadinho e sarapatel.

Tem coalhada e tapioca de coco ralado.
Lá no seu Tida, avô de Tereza Gabriela,
Tem leite de vaca tirado na hora, na caneca de ágata.
Lá tem o cantar do galo a abrir o sol, a alvorada.
Lá temos banho de açude e cavalgada.

Na minha Várzea das Acácias
Tem felicidade a perder de vista.
Ah, isso tem mesmo, sim, senhor!
Lá tem muita moça bonita pra se espiar.
E a gente fica só cubando, sem pigorar...
Quem é besta, de se atrever, pra ver no que dá!
Lá tem muita gente boa e hospitaleira.
Lá tem isso tudo e muita simplicidade.
Diga-me alguma coisa, carece de mais nada?

Lá temos tudo isso, de sobra,
Além de uma rede de algodão
Armada no alpendre ao sol descambando,
Onde a gente se deita sem aperreio
Só pra fazer um balanço da vida,
Só pra sonhar acordado e ser feliz!

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