E lá se vai o gado a pastar, pastoreado.
A ruminar, mastigar seu sustento, sem pressa.
E lá se vem a manada a beber no açude sua sorte
Por entre arames farpados, marcas e carrapatos.
E o gado suporta marcas de ferro em brasa, de fato,
Limitado a cercas, cancelas e mata-pastos.
A viver sua sina, a comer a ração propícia
A prosseguir no rastro, no manejo do leite,
Passo a passo, domesticada mente,
A esperar a triste choupa certeira
À custa do destino que não escolheu.
Com o azul do céu no pensamento
Por ter o verde chão sob os pés,
O gado faz do capim seu vasto legado
E, sem saber, nem de longe por instinto,
De sua possante força de estouro e raça,
Engorda para o corte às arrobas em alta,
E assim, resignado, a ferro e a fogo,
Prepara-se para a morte súbita
Em seus currais de confinamento.
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