O mundo está de pernas pro ar.
Patos e gansos aos sopapos se abusam.
Cisnes narcisistas deglutem sem dó
Carne de pavão em cápsulas.
Tapiocas bijusadas em farinhas artificiais
Não têm mais cheiro de coco ralado.
Os frandes substituem a palha da bananeira.
A goma sofisticada se vira em grude na chapa de aço.
O siri ganha lustrado verniz empalhado na vitrine.
Carapaça alegre, brilhante fora do mangue,
Olhos de guaiamuns extintos, de soslaio.
Detrás do futuro desconheço meu habitat.
Perdi o jeito de andar em bando pelo interior.
De banda me arribo sem sair do cais, em transe.
Há virgens em nada complacentes, digo
Que rifam hímen em rede, auréolas em riste
Derramando silicones dos peitos vazados...
Seios de plástico, refeitos, oblongos, isto é
De bicos para quem à esquina da rua perambula.
Já li alguma coisa e tal à época em voga.
Se li, cones e picaretas na via Vogue.
Na lida por outras bermas, alertas à-toa nos muros.
Veja-se cabotino, sem papas na língua, aos murros.
O corpo a corpo em desfile de vaidades se alonga,
A quem interessar míngua. Virgindade, não pasmem,
Pode virar moeda de barganha. E Caretice da maior
É se achar incólume diante dos laços assim desatados.
Se assim dispôs do leite pela via-láctea abaixo,
Então não reclama
Do que a fundo é perdido
E derramado!
...kkkk... ri e muito aqui... a fundo perdido... O mundo e suas virgens estão megacriativos... e a nós compete assistir de camarote... pois tudo o mais já perdeu o sabor de origem, realmente!
ResponderExcluirAbraço, Célia.