VÁRZEA, UNI-VERSO COM VERSOS
Autor: João Maria Ludugero.
Minha Várzea de São Pedro,
Eu sou poeta, eu tinjo tua paisagem
Eu pinto tua natureza agreste
Com vida, cores e palavras...
E os poetas são como os pássaros
São seres fantásticos.
Eles têm o corpo coberto de penas
Voam alto, sobrevoam e cantam
Podendo ser alegres passarinhos
Ou de tristeza entoarem a cantiga.
Mas são como poemas alados
Em que as palavras criam asas
Asas com versos, no estalar do encanto
E voam longe, além das cabeças
Uni-versos, lavras de palavras, instantes
Que voam pra dentro do coração,
De emoções que afloram, sem sair,
Elevam o espírito e fazem o corpo ir ao topo.
E eu, crédulo que sou, poeta varzeano,
Eu aposto nessa força feita de poesia!
Os pássaros sobrevoam a tarde amena
Da minha Várzea das Acácias, de súbito
E fazem verão, além das primaveras
E não me sinto sozinho, de fato,
Não quando estou na minha Várzea,
Pois me sinto um pássaro protegido,
De penas e plumas de todas as cores
Consoante as dores, ou os amores
Eu me alicerço nas pedras da rua
Eu adentro em becos e levo a vida
E passo os dias a cantar, Vapor a fora
Mesmo que seja de saudade, de dentro
Canções de alegria, que seja de dor
De dores que não têm paradeiros,
Nem mesmo abaixo do paredão
do açude do Calango
Que me faz transbordar de alegrias desde o dia nascer
Até o sol se por, na hora de morrer o dia
Trazendo consigo o nascer do luar varzeano.
Os poetas são aves canoras, nativas
Que cantam sem horas, ao vento
E voam em bando, ao relentoAmando, chorando, rindo
De esperanças renovadas,
Para lá da vida e da morte, sem rima
Sem rumo ou norte, sem roteiros,
Cuja nau segue a bússola do coração!
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