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terça-feira, 24 de novembro de 2009

UM PASSEIO PELA VÁRZEA DAS COISAS SIMPLES

UM PASSEIO PELA VÁRZEA DAS COISAS SIMPLES


Autor: João Maria Ludugero.


Várzea, minha Várzea,
Quem me dera eu estar agora
A me aventurar, enveredar-me pela tua mata agreste
Visitar o Vapor de Zuquinha,
Esticar as pernas até o sítio de Zé Canindé,
Fazer uma breve caminhada até ao Maracujá,
Cruzar trilhas e mata-burros,
Apreciar a natureza de cada recanto!


Quem me dera eu me encontrar
Respirando teus ares mais puros,
Quem me dera estar a me banhar
Nos teus retiros, relaxar a alma,
Beber na palma da mão,
Diretamente da fonte do arisco de Virgílio
A mais límpida água doce de tuas vertentes,
Apreciar isso tudo e muito mais,
Sem moderação, sem medo de ser feliz!


Quem me dera, nesse instante, sem pressa,
Fazer jorrar nos lajedos, nos Seixos e Gravatás
Toda beleza que há nas águas barradas, represadas ali,
Que matam a sede do gado nos angicos, nos riachos do mel,
Nos campos e tabuleiros que fazem a vida resistir, prevalecer
por entre cactos, xique-xiques, preás e macambiras.


Quem me dera, deitar à sombra de um verde juazeiro
E apreciar o canto do galo de campina, do sabiá
A quebrar o silêncio da tarde amena,
Numa sinfonia dos deuses, num paraíso tão natural,
Quem me dera ali poder ficar e admirar os pássaros,
Observar com primor os canários de chão, os inhambus
Todos os dias poder contemplar de perto
Os ninhos de anus-brancos e pretos...
Ninhos feitos de gravetos, a acomodar seus ovos no topo dos arbustos.
Seriam os ovos brancos pintados de azuis,
Ou seriam os ovos azuis pintados de branco?


Isso pouco importa, diante das coisas mais simples
E bonitas que só existem no meu lugar, isso é inconteste!
Lá na minha terra de dona Altair, mãe do Rosivaldo,
Minha terra que tem gosto de feliz cidade,
Minha pequena Várzea, meu pedaço de chão
Tão gigante no meu coração de varzeano
Que não nega suas raízes de filho do agreste!

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