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domingo, 27 de outubro de 2013

SOB OS ACORDES DE SONHOS, por João Maria Ludugero


SOB OS ACORDES DE SONHOS,
por João Maria Ludugero.

Sob a mira do interior, os passarinhos cantam…
Longe os escuto, mas os trago aninhados no meu coração… 
O horizonte azul só é o nicho de um novo porvir, 
se o povoamos em acordes de sonhos. 
Na penumbra da noite escura, estrelas cintilantes o guardam… 
Nos dias de chuva, o esplendor de um arco-íris o revela…
Tecer sonhos é cavar na lida o alvorecer de um novo tempo…
É preciso sonhar… É preciso lutar…
Sonhar, lutando é navegar, a correr dentro e alto, sem medo da cuca.
Navegar é viver na loucura de ser e estar, na necessária peleja
buscando, dia-após-dia, um sorriso além…
Além do suor e das lágrimas salobras.
Além do tédio e do desalento… há um disparado sorrir, 
Um sorriso tecido de palavras e silêncios… Rio a desaguar 
em cantos e poesias… de travessuras, travesseiros e travessias… 
Um sorriso levantado pela vida que é feito de alvoradas, de amanhãs 
que desejam quebrar o relógio e renasceram no aqui e agora do nosso tempo…
Nosso tempo é frágil, volúvel e cruel…
Outros tempos teimam e almejam a poeira do mundo, 
as pedras do caminho, pois, sonham com a vida transformada…
Outros tempos querem ser paridos…a contento.
Um tempo de ternura e não-violência…
Um tempo de solidariedade e justiça social…
Um tempo de trovas, serestas e cantigas; campinas floridas 
e riachos cantantes no caminho onde água, terra, fogo e ar 
perambulam para o mar abraçando e triscando 
a incendiarem de sonhos o horizonte azul…
Viver é perigoso, canta o poeta João Ludugero…
A vida endureceu, petrificou-se e, demente, agoniza…
Disseram e acreditamos: no poder absoluto do agora…
Mas, ninguém vive alijado do canto das manhãs 
que são profecias encantadas do amanhã
que engravida a vida, sendo, contudo, abortados
pelas cinzas que eternizam as dores do presente, 
excluindo do horizonte as estripulias da História…
Deixemos a vida seguir para o mar…
Abramos as cancelas do destino…
Sonhemos. Lutemos… Acordemos.
Naveguemos: navegar é preciso…
Embora, não baste navegar à deriva… 
Naveguemos, cultivando no hoje os brotos do amanhã… 
Assim, seguiremos… Seguiremos sabendo que sonhamos 
e lutamos por um outro mundo possível… 
Pois, já não conseguimos viver sem o cais da alegria geral… 
Alegria que se achegue na primavera de todos 
e para todos os acordes de sonhos inenarráveis…
Só, assim, a vida deixará de lastimar pelos sonhos 
que lhe são diuturnamente furtados… Acorde e lute…
Avante! Ainda há chance!!!

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