LIÇÃO EM AULA DE SAUDADE.
ÀS MESTRAS, COM CARINHO!
por João Maria Ludugero.
O poema não vive em cela
Acorrentado à celulose
Quer ser rezado, expandido a giz,
Rezemos a correr dentro e alto:
Ave, poesia das mínimas perdas
Rosas do rosário de nossas Marias
Clareando as camisas de volta-ao-mundo
(A)batidas no quadro-negro
Sem o pulso das boas regalias,
Crias afoitas na coragem
Ave, rezemos de uniformes,
Rezemos sem medo da cuca,
Ao pé da letra, a tabuada
Desde os nove-fora zero,
Das lavras bem(ditas) no coração
Das professorinhas da lida
E das boas mães curtidas
A fiar as tranças e os medos
Em cada passo, outra vez
Engomadas as vestes
Um, dois, três
Amarelinhas
Rezemos a composição
Rezemos as palavras bonitas
No be-a-bá do ABC
Na rede de algodão
A semente rebuscada
Nas ciências da vida
Os astros infindos ao borrão
Nas aulas de geografia
O sol, a lua, a via-láctea
A sopa de feijão de corda
Feita por dona Maria Gomes,
Comida servida, mais de uma vez
A bem dizer
A merenda que comemos
Repetimos ao recreio
As brincadeiras em estripulias
Sem esquecer do asseio com afinco
Da inesquecível dona Suzéu…Ai, meu Deus!
Repetimos,
Rezemos,
Oremos, dia-após-dia,
A partir das tripulações de corais
Inventariadas
Entre as amadas forças escolares
Desarmadas tais como:
Dona Marica Fernandes,
Dona Eunice Marreiros,
Da dona Vilma e Dezilda Anacleto,
Dona Maria José Alves,
Dona Arlete, Dona Conceição,
Dona Graça de Zé Baixinho,
Dona Hernocite Maurício e Eliete,
Dona Terezinha Bento Ribeiro,
Dona Zilda Roriz de Oliveira,
Dona Gabriela Pontes,
Dentre tantas outras mestras
Das primeiras letras…etc.
Lembremos
Dos amigos, os tesouros
Pequeninos
Pontilhados nas memórias
Das boas aulas de História
Santa Maria, Pinta, Nina
E os destinos
Da última catequese de São Pedro
E seus dízimos
Assim nos dizia a proteção
Do Santo Anjo do senhor
Tão zeloso e guardador
Rezemos
Nesta ocasião
De corpo e alma
Salve lindo o hino à bandeira
Este poema guardai, com Fé,
Oremos o ato de contrição,
Rezemos a poesia,
Por intermédio
Da Ave-Maria Desatadora dos nós,
Do trovador da felicidade nacional
No claustro das horas solenes,
Sem palmatórias nem sentença,
A desapear no ditado verbal
A bem da verdade lavrada
A recitar-se em terno poema
Na troça de um magote
De meninos levados da breca,
Pois no rabisco dos cadernos
Onde escrevemos a novidade
A voz ressoa seu grito composto: Ave-Maria!
Não há penas em todo poema agora rezado,
Ave, voemos, fora da prova final
Ave, voemos, dentro da saudade!
ÀS MESTRAS, COM CARINHO!
por João Maria Ludugero.
Acorrentado à celulose
Quer ser rezado, expandido a giz,
Rezemos a correr dentro e alto:
Ave, poesia das mínimas perdas
Rosas do rosário de nossas Marias
Clareando as camisas de volta-ao-mundo
(A)batidas no quadro-negro
Sem o pulso das boas regalias,
Crias afoitas na coragem
Ave, rezemos de uniformes,
Rezemos sem medo da cuca,
Ao pé da letra, a tabuada
Desde os nove-fora zero,
Das lavras bem(ditas) no coração
Das professorinhas da lida
E das boas mães curtidas
A fiar as tranças e os medos
Em cada passo, outra vez
Engomadas as vestes
Um, dois, três
Amarelinhas
Rezemos a composição
Rezemos as palavras bonitas
No be-a-bá do ABC
Na rede de algodão
A semente rebuscada
Nas ciências da vida
Os astros infindos ao borrão
Nas aulas de geografia
O sol, a lua, a via-láctea
A sopa de feijão de corda
Feita por dona Maria Gomes,
Comida servida, mais de uma vez
A bem dizer
A merenda que comemos
Repetimos ao recreio
As brincadeiras em estripulias
Sem esquecer do asseio com afinco
Da inesquecível dona Suzéu…Ai, meu Deus!
Repetimos,
Rezemos,
Oremos, dia-após-dia,
A partir das tripulações de corais
Inventariadas
Entre as amadas forças escolares
Desarmadas tais como:
Dona Marica Fernandes,
Dona Eunice Marreiros,
Da dona Vilma e Dezilda Anacleto,
Dona Maria José Alves,
Dona Arlete, Dona Conceição,
Dona Graça de Zé Baixinho,
Dona Hernocite Maurício e Eliete,
Dona Terezinha Bento Ribeiro,
Dona Zilda Roriz de Oliveira,
Dona Gabriela Pontes,
Dentre tantas outras mestras
Das primeiras letras…etc.
Lembremos
Dos amigos, os tesouros
Pequeninos
Pontilhados nas memórias
Das boas aulas de História
Santa Maria, Pinta, Nina
E os destinos
Da última catequese de São Pedro
E seus dízimos
Assim nos dizia a proteção
Do Santo Anjo do senhor
Tão zeloso e guardador
Rezemos
Nesta ocasião
De corpo e alma
Salve lindo o hino à bandeira
Este poema guardai, com Fé,
Oremos o ato de contrição,
Rezemos a poesia,
Por intermédio
Da Ave-Maria Desatadora dos nós,
Do trovador da felicidade nacional
No claustro das horas solenes,
Sem palmatórias nem sentença,
A desapear no ditado verbal
A bem da verdade lavrada
A recitar-se em terno poema
Na troça de um magote
De meninos levados da breca,
Pois no rabisco dos cadernos
Onde escrevemos a novidade
A voz ressoa seu grito composto: Ave-Maria!
Não há penas em todo poema agora rezado,
Ave, voemos, fora da prova final
Ave, voemos, dentro da saudade!
Na saudade a nossa reverência aos Mestres que com muito carinho nos alfabetizaram...
ResponderExcluirAbraço,
Célia.