patati-patatá!
a menina varzeana
toda faceira joga as ancas
pra frente e pra trás,
de lado e de banda,
mas não arreda o pé
nem a mão-de-pilão,
oi tum tum tum,
patati-patatá!
não debanda da lida,
num jogo de cintura
finca a mão no pilão,
bate mais, com firmeza
bate firme os grãos
pra fazer o fubá,
pra fazer munguzá
pra fazer xerém e cuscuz.
É pois consabido
que janeiro é mês de chuva,
que janeiro é mês de chuva,
fevereiro é bom pra plantar,
leirão preparado, solo já molhado;
em março o milho cresce,
em abril vai pendoar,
em maio está bonecando,
no São João está bom
de assar na quadrilha, ou cozido,
saboreado em pamonhas,
canjiquinhas, bolos e curau,
ao redor da fogueira nós vamos
é dançar, trazer folguedo e festa,
adornar o andor na procissão,
agradecer ao apóstolo São Pedro,
soltando fogos de artifício e rojão,
mas em julho o milho está seco
e é tempo, morena, da gente pilar...
E assim a gente se entrega à fartura,
sem esquecer de sementes guardar,
e assim 'vamo que vamo simbora' ciente,
contente da presença, morena,
desses grãos dourados
na mesa do bom varzeano
que não desiste nunca,
que ainda acredita
com toda mulinga, morena,
na força que brota do chão!
Doeu-me os braços só de ler sobre o ritmo necessário e o impacto nos músculos. Aqui na cidade somos fracas para essas coisas.Um abraço, Yayá.
ResponderExcluirBelo poema.Belíssima foto. Fiquei com saudades dos tempos de criança lá na fazenda da minha tia no interior de MGerais. Bom dia. Abraços Edna.
ResponderExcluirMaravilha de poema! Cada dia mais te superas, com teu bonito jeito de fazer poesia. Destaco:
ResponderExcluir"não debanda da lida,
num jogo de cintura
finca a mão no pilão,
bate mais, com firmeza
bate firme os grãos
pra fazer o fubá,
pra fazer munguzá
pra fazer xerém e cuscuz."
Belíssimo poetizar.
Raoni Serra.
Hola, Ludugero poeta,
ResponderExcluir¡Buenos días!
Permítanme traducir un pasaje
su bello poema:
"Hola, tum tum tum,
patati-patata!
la niña varzeana
todos los muchachos jugando las caderas
hacia adelante y hacia atrás,
a un lado y el ancho de banda,
pero se había quedado con el pie
ni el trabajo, mano de mortero
hi tum tum tum,
patati-patata!
no se disolvió el acuerdo,
en la cadera
las plantas de la mano en un mortero,
late con más fuerza
la empresa mejor que el grano
para hacer la harina de maíz,
mungunsá que hacer ...."
¡Qué maravilloso poema!
Saludos,
Martha Peña Blanco,
Oviedo - España
Meu avô e o seu pilão... saudades!! E, a vovó com seu bolo de fubá assado na folha de bananeira!! Delícias de uma infância que longe se vai!! Abraço, Célia.
ResponderExcluirDes odeurs, des sons, des voix qui nous manquent et qui sont bien présents...
ResponderExcluirUn joli poème...
gros bisous
Olá, Ludugero, tudo bem?
ResponderExcluirEsse seu poema é um retrato da vida no campo que se deve emoldurar.
Abraço.