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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

RIACHÃO

Autor: João Maria Ludugero

Gostaria de tecer
De engendrar um poema 
Com cheiro de mato verde,
Com cheiro de terra
Com a lucidez do varzeano menino
Que um dia aprendeu a nadar
nas águas salobras do rio de Nozinho
E muito bebeu das águas do açude do Calango.
 
Se sei, ah, eu sei muito bem 
o que isso significa: 
É Amor, puro Amor de verdade, 
É saudade, é riacho que não seca,
É riachão que atravessa
Meu coração sincero, sem tamanho.

Porque gigante é o meu peito,
Que arde e queima por dentro,
E fica sem sair, doido de vontade
De lá sempre estar, satisfeito,
A balançar na rede de algodão,
A sentir o cheiro da casa de farinha
Lá no alpendre do arisco dos Marreiros,
Lá bem do outro lado de lá do rio Joca.

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