POEMA ACERCA DA VARZEANIDADE,
por João Maria Ludugero
E para versar a varzeanidade, que tal um poema..
Quando minha cuca não varzeama
fico com a alma esbaforida,
ouço um desvão a preenchê-la
de ponta a ponta, mas persisto,
não desapareço, a manjar a lida,
sem precisar de ser cabotino,
a assanhar até mesmo os pelos da venta,
indo atrás de um astuto pensamento,
de uma ideia coesa, iridescente e luminosa,
de bons ares a me inspirar boas ideias
acerca da Várzea de São Pedro Apóstolo.
Dói, corrói ficar sem pensar na minha seara agreste,
dá sono passar a borracha na memória,
é um desgosto apagar esse relicário,
sofro em meu silêncio de cabra da peste,
ao me achar com os olhos marejados de saudades,
a partir meu coração a correr dentro,
a voar alto além da Várzea dos Caicos,
abençoada terra dos papa-jerimuns
e da inesquecível madrinha Joaninha Mulato!
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