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domingo, 18 de agosto de 2013

O DESENHO POÉTICO DA NOSSA HORA, por João Maria Ludugero.

É nesta hora de fim de tarde que te alcanço na Várzea
Por entre os raios em que se quebra o dia exposto
E por entre essa Vargem que me traz o Vapor de Zuquinha
Desenhando na margem do rio Joca o teu passo afoito

É nesta hora que amanheces dentro e alto a correr
E te revelas na claridade vertente do meu querer
E te anuncias no olhar que estendo pelos Ariscos
E te guardo nas pálpebras que fecho para te sonhar

É nesta hora em que tanto tardas em chegares
Que mais te tenho num Retiro a mim próprio
Onde te concebo e apenas existes só para me clarear,
Permanecendo sem que a noite jamais te esconda
Depois de tantas luas numa chuva de prata
A serenar a torre azul da igreja de São Pedro Apóstolo

É nesta hora a nossa hora de terno descanso
Onde deitamos todas as cinzas e penumbras 
Bem lá no fundo do açude do Calango...

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