Quantos balas ainda faltam para calar nossa língua?
Quantas falas ainda faltam para o próximo silêncio?
E quantos presuntos serão largados nas esquinas,
Até quando beijarão nossos lábios na penumbra
- colados ao chão - vidas abortadas?
Bradará a língua ao meio-fio
Ensandecida pela rua do/ente
De torpes motivos a sangue frio?
E o cidadão sucumbe pacato, à queima roupa.
Cadê a polícia, não para nos prender inocentes
Ao abuso de poder?
Importa buscar na cadência das horas
Um jeito de estancar o medo, o pavor que perambula
Em carne viva, sentido em cada vão da cidade nua,
Porque 'tamos de ovários cheios de violência'.
Quem arcará com a culpa pela ceifa de vidas,
Pelo estupro, pela hediondez latente
Que toma conta da avenida Brasil,
Se as autoridades fazem vista grossa passando ao largo?
Meu coração em vigília aguarda um simples aceno...
Dia-após-dia, eu indago e não me chega a resposta
Em que ralo ou casa-da-mãe-joana
Estão atolando os nossos tão altos impostos?
Até quando vamos ficar de braços cruzados ao léu?
A morte vive a nos rondar, enquanto a sorte fica no ar
ligada a te ver sendo filmado, sem hora para o "the end".
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