Seguidores

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

QUANDO É TEMPO DE MANGAS


E aí eu fico só de cubar
De vontade de trepar num pé de manga
Carregado de frutos,
Quando chega o fim do ano na Várzea.
Manga verde nessa época madurando
Chega a dar água na boca 
Pelos quatro cantos,
Pelas quatro bocas adentro,
Logo espalhando folhas nos quintais, 
Expondo frutas amarelas no alto das copas
A roubar a cena, 
Caindo sob o olhar adocicado 
De quem a corteja ao léu
Ou lambuzando o chão 
De quem a apedreja ao céu.
Pássaros a bicar as polpas
E até o cão chupando manga
Matam de inveja os pobres mortais.
Apetitosas mangas-ouro ou rosa
São assim feitos peitos em riste ao mel
Atiçando os mais aguçados paladares...
E aí eu fico só de cubar, 
De soslaio, a espioná-la, 
Enquanto ficas admirando um balaio 
De mangas espadas,
Toda debruçada, 
Com garras, unhas e dentes, 
Voraz a chupá-las!

Um comentário:

  1. Ah! Minha infância entre pés de mangas, de cajú e de jabuticabas...
    Tempo que marcou mente e coração! Hoje, na feira ou supermercados cheias de agrotóxicos!
    [ ] Célia.

    ResponderExcluir