E aí eu fico só de cubar
De vontade de trepar num pé de manga
Carregado de frutos,
Quando chega o fim do ano na Várzea.
Manga verde nessa época madurando
Chega a dar água na boca
Pelos quatro cantos,
Pelas quatro bocas adentro,
Logo espalhando folhas nos quintais,
Expondo frutas amarelas no alto das copas
A roubar a cena,
Caindo sob o olhar adocicado
De quem a corteja ao léu
Ou lambuzando o chão
De quem a apedreja ao céu.
Pássaros a bicar as polpas
E até o cão chupando manga
E até o cão chupando manga
Matam de inveja os pobres mortais.
Apetitosas mangas-ouro ou rosa
São assim feitos peitos em riste ao mel
Atiçando os mais aguçados paladares...
E aí eu fico só de cubar,
De soslaio, a espioná-la,
Enquanto ficas admirando um balaio
De mangas espadas,
Toda debruçada,
Com garras, unhas e dentes,
Voraz a chupá-las!
Ah! Minha infância entre pés de mangas, de cajú e de jabuticabas...
ResponderExcluirTempo que marcou mente e coração! Hoje, na feira ou supermercados cheias de agrotóxicos!
[ ] Célia.