Eu gosto de viajar no tempo,
recordar das coisas boas da vida
e dos momentos vividos ali
na minha Várzea das Acácias.
Comecei minha vida escolar
no Educandário Pe. João Maria
– eu tinha pouco mais de sete anos.
Minha mãe fez uma bermuda azul-marinho
e uma camisa de volta-ao-mundo branca,
nos pés meias brancas e o famoso Conga.
Todos os dias era tempo de sonhar
cheio dos afazeres escolares.
Que saudades da professorinha Maria Fernandes,
a dona Marica de Seu Otávio,
que me ensinou a ler, a escrever e a aprender a tabuada,
enfim a fazer conta da lida, tirando os nove-foras!
Pintávamos a manhã inteira.
Quando não escrevíamos ou pintávamos, desenhávamos;
quando não desenhávamos, cantávamos;
quando não cantávamos, brincávamos;
quando não brincávamos, comíamos
a mais deliciosa das merendas
preparada por dona Benedita Rosa.
Aprendi que o que conta
é nossa postura defronte das situações.
Talvez esse seja o maior ensinamento
que a vida me deixou
- Ora vivo o presente intensamente.
Busco me contentar com o hoje
e descobrir as coisas boas
que estão à minha volta a cada momento.
Procuro me contentar menos
com um possível objetivo
a alcançar e me contentar mais
com o caminho pra chegar até ele.
Realmente, minha viagem é
muito mais interessante que meu destino.
Como não sou capaz de prever com absoluta certeza
o que ocorrerá no próximo minuto e as coisas são como são,
só me resta viver o agora e fazer minha própria História.
Todas as pérolas que eu valho não seriam suficientes
para compensar tudo o que minha mãe Maria Dalva,
muitas vezes sem se dar conta, me ensinou.
Mas o principal ensinamento de todos
o mais precioso talvez seja esse,
que divido contigo agora:
Eu sempre soube desde cedo,
porque ela me dizia com imenso orgulho:
- Joãozinho, meu filho, nunca se esqueça disso,
você vale muito mais
que todas as pérolas do mundo!
... e lembrando Rubem Alves: "Ostra feliz não faz pérolas"... você com sua poesia nos mostra a necessidade da valorização da vida. Parabéns!
ResponderExcluir[ ] Célia.