Do Vapor observo
O sol mergulhando no rio
E o Joca se lança
Onde a vista alcança.
Vejo minha modesta casa
Que fica lá em Várzea,
Terra de Bita Mulato, anarriê!
E das tisnas, espelhos, fitas e brilhos
De Mateus Joca Chico, ê boi da cara preta!
Seara de luz onde a liberdade me orienta,
Onde o horizonte beira o céu da paisagem
De um eterno verão da poesia que invento
Feita de andorinhas nunca sós a me levar,
Posto da lenda do carro encantado
Ao luar do agreste
Donde pulsa a cantiga
Que alavanca a paixão
Que aboia os anseios pelas quatro bocas
Que perambula pela rua das pedras
E ganha a rua grande de outrora,
Sob as pegadas da mulher que chorava,
Mas agora sorri satisfeita, de flor no cabelo,
Faceira ronda a praça de encontro ao tempo
E encanta este amante poeta varzeano
De pêlo nas ventas,
Que passa de relance
A assanhar as tranças
Das pastorinhas de Joaquim Rosendo,
Encarnando cordão da cor da alegria,
Que tange a tristeza da vida dessa gente
Que ainda acredita na força da lida
Que canta seus versos infestados
De amor e de esperança!
Na aridez da vida encontrarmos um poeta é motivo de muita alegria!
ResponderExcluir[ ] Célia.