Do relógio que me deste
Soltou-se um cavalo
Sem rédeas, ele ora passeia
Pela loucura das horas acesas
Salta ponteiro meio dia a dia
Enquanto bate a pino
Todo santo dia inteiro.
Até deu de acordar meus olhos mais cedo,
No desespero de perder as horas e a ideia.
Num átimo de segundo, de pronto
Temo que ele se queixe, se avexe
E, saudoso da sua toada de costume, dispare
Retardando a catraca do tempo em desatino.
Quiçá ele volte a ser um cavalo que se preste
A tempo de se mostrar partido ao meio
Sem ficar prostrado na lida, a pastar
Sem escoras nem eiras, sem esporas
Bem na beira da represa
Das águas verdes-musgo
Do açude do Calango,
A 'tictaquear' o destino
Que lhe ponteia.
Bela libertação de "tempo" cronometrado por "relógios"... que depois de uma certa maturidade não precisamos para mais nada!
ResponderExcluir[ ] Célia.