de tanto ser usada,
que acaba por se afixar, de jeito,
roubar a face, ser uma segunda pele.
É preciso coragem para não ser possuído,
dominado pelo olhar da mentira aderente
que está por trás de tal artefato.
Alguns escondem rugas,
outros o medo da dor, fingem fugas
do amor que não mais se sente,
a agonia diante da solidão.
Outrem encobre a paixão
que diz continuar sentindo, desesperado,
e ainda há os que se deixam cair com a máscara.
Há criaturas que vivem dependuradas
em aparências, agarradas ao 'já morreu'
do brilho que nunca viveram.
O pior vem quando despencam essas máscaras,
e as caras ainda assim se empertigam na pose,
sentadas na próxima boulangerie,
tomando chá das cinco com biscoitos finos,
pura massa podre.
Caro poeta Ludugero,
ResponderExcluirQue bom vir aqui e adentrar neste espaço sensacional.
Que belo e reflexivo texto.
É consabido, muita gente usa, simbolicamente, máscaras. Seja para enfrentar os problemas diários, para disfarçar uma íntima dor ou para poder expor tudo o que deseja sem que saibam quem realmente é.
Cada um sabe quando e como usar a sua máscara. É válido desde que não seja usada para o mal, para denegrir ou magoar o outro.
Forte abraço,
Nemésio Bastos Di Luca,
Professor de Literatura - SP.
Olá, poeta João Ludu,
ResponderExcluirAssim como nos bailes de carnaval, cedo ou tarde, as máscaras caem e as verdades serão reveladas.
Como já dizia Nietzsche "torna-te quem tu és."
É normal querer agradar aos outros. O problema só acontece quando agradar aos outros implica sacrificar os nossos sentimentos mais profundos. Sua poesia faz refletir, pensar nisso...Olhar para si é um desafio.
Abraço,
Mariana Vicenzo Fernandes,
Rio de Janeiro.
Sou tua fã de carteirinha.
Adoro seus poemas, a cada dia melhores. És único, original, forte, sensato, grande poeta!
Très souvent dans la vie nous prenons des masques pour cacher notre peine...
ResponderExcluirgros bisous