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sábado, 10 de março de 2012

LOUVA-A-DEUS

Como fugir de tuas patas 
Assim unidas a rezar
Eu sei que corro perigo
Vulnerável assim disposto
Posso perder a cabeça 
No tempo de te beijar.
Vais mastigar a esperança
Depois de no clima entrar,
Sou teu macho seduzido
Louco, lúcido, sem juízo,
No ponto de acasalar.
Valei-me Deus, eu imploro,
Com os olhos esbugalhados
- Se é pra morrer de amor,
Deixa-me ajoelhar, de súbito,
Estou pronto à devoção,  
Com as mãos viradas aos céus
Para a crença ganhar força
Na hora de a Deus louvar.
Estais aí de sentinela, 
Toda fagueira a se lamber;
E eu, a consentir o estrago,
Todo  fogoso e afoito
Pra que me devores inteiro,
Nas garras do bel-prazer!

3 comentários:

  1. Belo poema. Tragicômico, mas verdadeiro.

    As fêmeas de LOUVA-A-DEUS não precisam de presentes para ceder a conquista. No entanto, após a cópula ela EXIGE UM PRESENTE BIZARRO: Com muita fome e necessidade de proteína para o desenvolvimento de seus ovos, as fêmeas não se importam com a viuvez, devoram a cabeça do macho sem dó nem piedade! Os machos literalmente perdem a cabeça após a cópula.

    Sua poesia é cultura. Belo poetizar!
    Abraços,
    Raoni Serra.

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  2. Nossa! Adorei o poema e
    a explicação do amigo Raoni Serra.
    Então perder a cabeça o levaria a morte,
    que loucura! Coitado, mas que femea má!
    Adorei!

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